Adolescente é resgatado cinco dias após terremoto no Nepal

Adolescente é resgatado cinco dias após terremoto no Nepal

Jovem de 15 anos foi retirado dos escombros de um albergue chamado Hilton Guesthouse

AFP

Salvamento de Pemba Lama deu novo ânimo para que as equipes de emergência

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As equipes de emergência retiraram nesta quinta-feira do adolescente Pemba Lama, de 15 anos, dos escombros de um edifício em Katmandu, cinco dias depois do terremoto no Nepal, que provocou a morte de quase 5,5 mil pessoas. O jovem foi resgatado de um albergue chamado Hilton Guesthouse, afirmou o porta-voz da polícia, Kamal Singh Bam.

O salvamento deu novo ânimo para que as equipes de emergência continuem procurando por sobreviventes, apesar das condições extremas e dos tremores secundários. As fotografias de Lama mostram um adolescente coberto de barro na maca, antes de ser levado para o hospital. Grande parte da população da capital do Nepal continua dormindo nas ruas. "Não sei por quanto tempo vamos continuar nestas condições, quanto tempo poderemos viver nas ruas", afirmou Rajina Maharjan, que passou os últimos dias em uma barraca ao lado do marido, dos sogros e do filho de quatro anos. Mas nesta quinta-feira foram registrados os primeiros sinais de um paulatino retorno à normalidade, com a abertura de algumas lojas e a volta dos vendedores de frutas e verduras na praça Durbar, uma área em ruínas.

O terremoto de 7,8 graus de magnitude matou 5,4 mil pessoas, segundo o boletim mais recente do Centro Nacional de Operações de Emergência. O tremor também matou mais de 100 pessoas na Índia e China. Ao mesmo tempo, o governo do Nepal anunciou que os alpinistas poderão retornar ao monte Everest nos próximos dias. O terremoto de sábado provocou uma avalanche e vitimou 18 pessoas na área da maior montanha do mundo. 

"As escadas serão reparadas dentro de dois ou três dias e as escaladas poderão continuar, não há razão para que ninguém abandone sua expedição", disse à AFP o diretor do departamento de Turismo, Tulsi Gautam. 

Três meses de medidas de urgência 

O governo reconheceu estar esgotado com a dimensão da catástrofe provocada pelo terremoto mais violento dos últimos 80 anos no Nepal. "Temos fragilidades na gestão das operações de socorro", admitiu o ministro das Comunicações, Minendra Rijal. "A catástrofe é tão grande e sem precedentes que não tivemos capacidade de responder às expectativas da população", disse. O coordenador da ONU no Nepal, Jamie McGoldrick, afirmou que serão necessários três meses para responder às medidas de urgência antes do início das tarefas de reconstrução. A ONU fornecerá rapidamente barracas para as 500 mil pessoas que ficaram sem casas, assim como água e equipamentos de saúde para 4,2 milhões de pessoas.

Até o momento, as operações de resgate ainda não foram muito além de Katmandu, segundo a ONU. "Algumas localidades só podem ser alcançadas a pé, às vezes após quatro ou cinco dias de caminhada", disse o coordenador.
"Fazemos o possível para chegar ao maior número de lugares possível", declarou o porta-voz do exército, Jagdish Pokharel.

De acordo com a ONU, oito dos 28 milhões de habitantes do país foram afetados direta ou indiretamente pela catástrofe. O Nepal e a cordilheira do Himalaia ficam no ponto de contato entre as placas tectônicas indiana e euroasiática, uma área de forte atividade sísmica.

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