Agência de Marcos Pontes oferecia pacotes para passeio a bordo de submarino desaparecido

Agência de Marcos Pontes oferecia pacotes para passeio a bordo de submarino desaparecido

Oferta foi retirada do ar, mas texto garantia que turista estaria a bordo de "veículo especial usado para fins científicos"

R7

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A agência de turismo do senador e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), Marcos Pontes (PL-SP), oferecia pacotes de viagens para visitar as ruínas do Titanic. A viagem era feita em um submarino que, segundo o site, se tratava de um "veículo especial usado para fins científicos". Desde domingo (18), a Guarda-Costeira Americana procura um modelo igual que sumiu após descer até os destroços. A Agência Marcos Pontes Turismo e Aventuras informou que é uma representante comercial de diversas empresas ligadas ao turismo científico e exploração e o pacote já foi retirado do ar. 

Para saber os valores do passeio, os interessados deveriam preencher um formulário com dados pessoais. A descrição do pacote afirmava que o turista seria um "especialista em missão" e ajudaria "a tripulação da expedição em uma ou mais funções a bordo do navio de apoio e a bordo do Sub durante o mergulho."

No navio que iria até as ruínas, os interessados teriam aposentos privativos - com banheiro - e poderiam interagir com a tripulação e equipe técnica nas áreas comuns. Além disso, o local contaria com "refeições de primeira classe preparado pelo chef, um pequeno ginásio de ginástica e uma área para visualizar programas gravados e imagens capturadas durante a expedição." 

Os "especialistas" receberiam treinamento de função, podendo ir em ao menos um mergulho até o Titanic para apoiar as equipes científicas. "A expedição é um marco monumental em nosso esforço para desafiar o status quo, abrir oceanos e uma compreensão do mundo desconhecida, através de tecnologia, inovação e aventura", ressalta o anúncio.

Segundo a Agência Marcos Pontes Turismo e Aventuras, o pacote já foi retirado do ar por "questões de segurança" e que a Ocean Gate, assim como outras empresas de serviços submergíveis, faz parte do portifólio de serviços ofertados a agência para o mercado brasileiro. 

Corrida contra o tempo

A comunicação com o submersível Titan, de 6,5 metros de comprimento, foi perdida quase duas horas depois de iniciada a descida em direção aos destroços do Titanic, que se encontram a quase 4.000 metros de profundidade, a cerca de 600 quilômetros de Terra Nova, no Atlântico Norte. O custo da excursão é de US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,2 milhão) por passageiro.

No Titan viajavam o bilionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa de jatos particulares Action Aviation; o empresário paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente do conglomerado Engro, e seu filho Suleman; o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, especialista nos destroços do Titanic; e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions.

A  Guarda-Costeira dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (21) que foram detectados "ruídos subaquáticos" na área de busca. "Aviões canadenses P-3 detectaram ruídos subaquáticos na área de busca. Como resultado, as operações de um ROV (sigla em inglês para veículo operado de maneira remota) foram realocadas na tentativa de explorar a origem dos ruídos", anunciou no Twitter o primeiro distrito da Guarda-Costeira dos Estados Unidos.

O ex-diretor de operações marítimas da OceanGate Expeditions David Lochridge, demitido por ter questionado a segurança do Titan, mencionou em um processo judicial um "projeto experimental e não comprovado" do submersível.


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