Al Shabab, uma milícia islâmica que desafia o enfraquecido governo da Somália

Al Shabab, uma milícia islâmica que desafia o enfraquecido governo da Somália

Ação operação sangrenta contra um hotel de Mogadíscio

AFP

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O grupo Al Shabab ("Juventude" em árabe), que lançou uma operação sangrenta contra um hotel de Mogadíscio, é a principal milícia islâmica na Somália, país do Chifre da África, imerso no caos desde 1991. A organização, que pegou em armas há 15 anos contra o governo central, aderiu à rede Al Qaeda em 2012. Caracteriza-se por pregar a favor de uma aplicação estrita da sharia, a lei islâmica, e foi incluída em 2008 na lista de organizações terroristas do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

O Al Shabab surgiu como uma ramificação do grupo União dos Tribunais Islâmicos, que passou a controlar o sul e o centro da Somália por seis meses em 2006, antes de ser deslocado pelas tropas etíopes. Seu "emir" Ahmed Abdi Gorane foi morto em um bombardeio dos EUA em setembro de 2014. Ele foi substituído por Ahmed Diriye, por quem Washington oferece US$ 6 milhões.

Em agosto de 2011, os Al Shabab foram expulsos de seus últimos redutos em Mogadíscio, capital do país, por uma força de 22 mil homens da Missão da União Africana na Somália (Amisom), presente no terreno desde 2007. Em 2012, eles foram derrotados na cidade portuária de Kismayo, mas conseguiram manter uma presença em grandes áreas rurais e manter a capacidade de lançar ataques contra alvos civis e militares.

A luta contra o Al Shabab é o maior desafio de segurança para o novo presidente da Somália Hassan Sheikh Mohamud, que também enfrenta uma seca devastadora que mergulhou milhões de pessoas na fome e na fragmentação regional do país.

Segundo a CIA, o Al Shabab teria entre 7.000 e 12.000 combatentes. Os comandos realizaram atentados sangrentos. O mais mortal até agora remonta a outubro de 2017, quando um caminhão-bomba matou mais de 500 pessoas em um bairro de Mogadíscio.

Atentados em países vizinhos

Os Al Shabab também são responsáveis por ataques em países vizinhos membros da Amisom, como o que em abril de 2015 deixou 148 mortos na Universidade de Garissa, no nordeste do Quênia. Em setembro de 2013, eles reivindicaram a responsabilidade pela tomada de quatro dias do shopping Westgate em Nairóbi, capital do Quênia, que deixou 67 mortos.

No ano seguinte, eles realizaram uma série de ataques no arquipélago turístico queniano de Lamu, durante os quais uma centena de pessoas morreram. Em janeiro de 2019, um complexo hoteleiro em Nairóbi foi atacado, matando 21 pessoas. O primeiro ataque do Al Shabab fora da Somália remonta a julho de 2010, em Uganda, quando dois homens-bomba se explodiram em dois restaurantes em Kampala, matando 76 pessoas.

Em maio de 2014, eles assumiram a responsabilidade por uma explosão em um restaurante frequentado por ocidentais em Djibuti, onde os Estados Unidos têm sua maior base militar na África. As explosões deixaram 3 mortos e 15 feridos. Em julho deste ano, atacaram uma base militar etíope, próxima à fronteira com a Somália, com saldo desconhecido de vítimas dessa operação.

 


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