Alegando violações de conduta, Equador revoga asilo a Assange

Alegando violações de conduta, Equador revoga asilo a Assange

Fundador do site WiliLeaks residia na embaixada do país em Londres desde 2012

AFP

Ministro das Relações Exteriores do Equador, José Valencia, falou sobre situação de Assange

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O Equador revogou o asilo diplomático concedido em 2012 ao fundador do WikiLeaks, Julian Assange, preso nesta quinta-feira na embaixada equatoriana em Londres por violar "repetidamente as regras" que regeram sua permanência na sede diplomática - afirmou o presidente Lenín Moreno.

O governo de Lenín Moreno também decidiu retirar a nacionalidade equatoriana concedida ao hacker. "A conduta desrespeitosa e agressiva de Julian Assange, as declarações descorteses e ameaçadoras de sua organização aliada contra o Equador, levaram a situação a um ponto em que o asilo é insustentável e inviável", disse Moreno em um vídeo transmitido pelas redes sociais. A esse respeito, afirmou que seu governo "soberanamente" deu por encerrada a proteção oferecida em sua embaixada, onde o australiano de 47 anos permaneceu por quase sete anos.

Assange foi preso pela Scotland Yard e transferido para uma delegacia de polícia no Centro de Londres. De acordo com a agência de investigação, o fundador do Wikileaks foi detido a pedido de autoridades norte-americanas. Conforme a Scotland Yard pesa contra Assange um pedido de extradição. 

Refúgio em 2012 

Assange se refugiou na sede equatoriana em meados de 2012, pedindo proteção. Após dois meses de confinamento, o então presidente Rafael Correa (2007-2017) concedeu asilo diplomático em agosto do mesmo ano. Na época, Assange estava enfrentando uma ordem de prisão europeia. A Suécia reivindicava sua extradição por acusações - que não prosperaram - de alegados crimes sexuais. No entanto, Londres se recusou a dar a ele uma conduta segura, e a Justiça britânica pediu sua prisão por violar as condições de liberdade vigiada no caso aberto na Suécia, que foi então arquivado.

O especialista em computação sempre sustentou que tudo era um plano dos Estados Unidos para submetê-lo à sua jurisdição e fazê-lo pagar com a pena de morte o vazamento de milhares de segredos oficiais através de seu portal WikiLeaks. A esse respeito, o presidente do Equador afirmou ter recebido a garantia do Reino Unido de que "Assange não seria entregue em extradição para um país onde ele poderia sofrer tortura, ou pena de morte". "O governo britânico confirmou isso por escrito, em conformidade com suas próprias regras", afirma Moreno. 

"O Equador cumpriu suas obrigações sob a lei internacional. Assange violou repetidamente disposições expressas das convenções diplomáticas de asilo", informou o presidente equatoriano. De acordo com Moreno, o fundador do WikiLeaks infringiu "particularmente a regra de não intervir nos assuntos internos de outros Estados". Além disso, "ele instalou equipamentos eletrônicos de distorção não permitidos, bloqueou as câmeras de segurança da missão do Equador em Londres, atacou e maltratou guardas da sede diplomática, acessou sem permissão os arquivos de segurança da nossa embaixada", acrescentou Moreno.


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