Alemanha denuncia que Rússia usa "pretexto" para limitar fornecimento de gás

Alemanha denuncia que Rússia usa "pretexto" para limitar fornecimento de gás

Europa se apega à decisão de Moscou sobre a reabertura do Nord Stream

AFP

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A Alemanha voltou a acusar a Rússia, nesta quarta-feira (20), de usar como "pretexto" a ausência de uma turbina do gasoduto Nord Stream para justificar a redução do fornecimento de gás à Europa, que poderia ser prolongado e até mesmo agravado nos próximos dias. "É uma turbina de substituição que estava destinada a ser usada em setembro. Segundo nossas informações, é um pretexto, e estamos fazendo de tudo para eliminar o pretexto", declarou um porta-voz do Ministério da Economia e do Clima à imprensa.

Recentemente, a Gazprom afirmou que não pode garantir a retomada do fornecimento à Europa através deste gasoduto, que está em manutenção até quinta-feira de manhã. A gigante russa do gás alega a falta de uma turbina Siemens que foi enviada ao Canadá para conserto e que, segundo a empresa, é necessária para operar uma estação de compressão.

A Europa se apega à decisão de Moscou sobre a reabertura do Nord Stream, que abastece principalmente a Alemanha, mas também outros Estados-membros. Este gasoduto entrega apenas 40% de sua capacidade desde meados de junho.

Na noite de ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, deu a entender à imprensa que o gasoduto poderia retomar a entrega de gás na quinta-feira. Ele alertou, porém, que, se a Rússia não receber a turbina que falta, o gasoduto vai operar com 20% da capacidade a partir da próxima semana.

O presidente russo alegou que uma segunda turbina que se encontra na Rússia, atualmente, também entrará em manutenção no final de julho. Putin enfatizou que "a Gazprom cumpriu, continua a cumprir e cumprirá plenamente suas obrigações, se alguém precisar". Para o governo alemão, porém, por causa do conflito na Ucrânia, as decisões da Gazprom sobre as entregas de gás são consideradas "políticas".

Nesta mesma quarta-feira, a Comissão Europeia pediu aos Estados-membros que reduzam sua demanda de gás em 15% nos próximos oito meses para superar a queda da oferta russa. O Executivo destacou ainda que quer que os cortes sejam obrigatórios, em caso de emergência.


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