Ansiedade causada por armas nuclear é a mais alta desde a Guerra Fria, diz ONU

Ansiedade causada por armas nuclear é a mais alta desde a Guerra Fria, diz ONU

Secretário-geral Antonio Guterres afirmou que retórica agressiva pode levar a "mal-entendidos fatais"

AFP

Guterres mencionou a continuidade das violações sistemáticas dos direitos humanos

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A ansiedade global ante o risco representado pelas armas nucleares se encontra em seu nível mais elevado desde a Guerra Fria, alertou nesta terça-feira o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em referência aos testes realizados pela Coreia do Norte. Em seu discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Undias, Guterres afirmou que o uso de armas nucleares é impensável e a ameaça de seu uso deveria ser condenada porque "o medo não é abstrato".

"Milhões de pessoas vivem sob a sombra gerada pelas provocativos testes nucleares e balísticos na República Popular e Democrática da Coreia", expressou o diplomata português. Em um alerta sombrio, Guterres disse que "não podemos caminhar como sonâmbulos para uma guerra".

Para Guterres, a retórica agressiva pode levar a "mal-entendidos fatais" e, portanto, assinalou que "a solução deve ser política". Em seu discurso, o secretário-geral da ONU enumerou várias das ameaças que identifica como as mais graves para a estabilidade mundial.

Nesse sentido, também mencionou a continuidade das violações sistemáticas dos direitos humanos, explicitamente em Mianmar. Guterres pediu urgência para deter nesse país as violentas ações militares contra integrantes da comunidade muçulmana dos rohingyas, o que provocou uma fuga em massa para Bangladesh.

Também se referiu à "ameaça global do terrorismo", que continua cobrando um saldo "de morte e devastação". Guterres pediu "uma cooperação internacional mais forte, especialmente para dar atenção às raízes da radicalização, incluindo injustiças reais ou percebidas como tais".


O chefe da ONU alertou igualmente contra o impacto da que a desigualdade econômica tem na estabilidade global. De acordo com Guterres, "a exclusão tem um preço: frustração, alienação e instabilidade". A mudança climática, acrescentou, também "coloca as esperanças em risco". Por isso, pediu aos "governos que implementem o histórico Acordo de Paris".

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