Após bombardeio russo em Odessa, Ucrânia ataca Moscou com drones

Após bombardeio russo em Odessa, Ucrânia ataca Moscou com drones

Segundo o Kremlin, 2 drones ucranianos foram neutralizados na capital russa

AFP

Polícia isolou a área onde drone foi abatido

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A Rússia afirmou nesta segunda-feira(24) que neutralizou dois drones ucranianos sobre Moscou durante a noite, um deles caiu perto do Ministério da Defesa. A Crimeia e a região de Odessa, no sul da Ucrânia, foram alvos de bombardeios.

A região de Moscou não havia sido atacada por drones há quase três semanas. O ataque ocorreu após Kiev prometer uma resposta aos bombardeios russos em Odessa no último final de semana, que deixaram dois mortos e destruíram uma catedral.

"Dois drones ucranianos foram neutralizados e caíram. Não há vítimas", declarou o Ministério russo da Defesa, que acusou Kiev de cometer um "ato terrorista".

Um dos dispositivos caiu em uma importante via da capital russa, Komsomolsky Prospekt, perto do Ministério da Defesa.

Uma fonte ucraniana de Defesa afirmou à AFP, sob anonimato, que o ataque contra Moscou foi "uma operação especial", dos serviços de inteligência militar ucranianos.

Jornalistas da AFP viram um edifício danificado além de vários veículos das forças de segurança, caminhões de bombeiros e uma ambulância no local. A polícia isolou a área.

"Eu não estava dormindo. Eram 03H39 da madrugada. A casa realmente tremeu", contou à AFP Vladimir, um morador de 70 anos. "É assustador que um drone ucraniano tenha voado até o Ministério da Defesa", afirmou.

Anton Kashirin, de 32 anos, garçom em uma cafeteria próxima, minimizou o incidente, chamando-o de "não muito perigoso". "Estou calmo, acabou e é tudo. Não é novidade ou a primeira vez que isso aconteceu", disse ele.

Outro drone alcançou o centro comercial da rua Likhacheva, onde uma fotógrafa da AFP viu várias janelas quebradas no alto de um edifício.

 Depósito de munições na Crimeia 

Este ataque em Moscou se soma aos registrados há uma semana na Crimeia, península anexada por Moscou, e no sul da Ucrânia, onde as tensões se agravaram depois que a Rússia decidiu, na segunda passada, retirar-se de um acordo que permite a exportação de grãos ucranianos pelo mar Negro.

Na Crimeia, um bombardeio ucraniano com drones alcançou um depósito de munições, no distrito de Dzhankoi, no norte da península anexada, informou nesta segunda o governador russo, Sergei Asksionov.

A população foi temporariamente evacuada em um raio de 5 km do depósito. O tráfego ferroviário foi suspenso por algumas horas e mais tarde restabelecido.

Segundo o Exército russo, 14 drones ucranianos foram neutralizados na Crimeia por bloqueadores e outros três, pela defesa antiaérea.

Novo ataque perto de Odessa

Um ataque que durou "quase quatro horas" contra uma infraestrutura portuária ucraniana da região de Odessa destruiu um silo de grãos, informou nesta segunda o Exército ucraniano.

Kiev afirmou nesta segunda-feira que tomou mais de 16km2 das forças russas na semana passada no leste e sul do país, quase dois meses depois do início de sua contraofensiva.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, prometeu "represálias" aos tiros de "19 mísseis" russos contra Odessa, cujo centro histórico foi incluído no início do ano para a lista de Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco.

A cidade portuária, alvo frequente de bombardeios russos, foi atacada na madrugada de domingo. Duas pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas, entre elas, pelo menos quatro crianças.

A Catedral da Transfiguração foi gravemente danificada, algumas de suas paredes desabaram e vários ícones foram incendiados. O templo, inaugurado há mais de 200 anos, foi destruído pelos soviéticos em 1936 e reconstruído no início dos anos 2000.

Vinte e cinco monumentos foram danificados por bombardeios no domingo, de acordo com o governador regional, Oleg Kiper. A Rússia assegura que efetua apenas ataques contra sítios militares.

"Nossas forças armadas nunca atacam instalações de infraestrutura civil, e muito menos catedrais, igrejas e outros edifícios similares", informou nesta segunda o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que culpou os danos à catedral aos sistemas de defesa aérea da Ucrânia.


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