Após reunião, Trump afirma que Kim assinará documento sobre desnuclearização

Após reunião, Trump afirma que Kim assinará documento sobre desnuclearização

Regime de Pyongyang, no entanto, tem histórico de promessas descumpridas

AFP

Após reunião, Trump afirma que Kim assinará documento sobre desnuclearização

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O presidente americano, Donald Trump, e seu colega norte-coreano, Kim Jong Un, fizeram história na manhã de terça-feira como os primeiros líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte a se reunir. "Foi realmente um encontro fantástico", que se desenvolveu "melhor do que qualquer um poderia imaginar", disse Trump a jornalistas durante o almoço de trabalho com o líder norte-coreano. "Vamos assinar um documento", declarou o presidente, sem dar detalhes.

Kim destacou na reunião que seu país e os Estados Unidos superaram muitas dificuldades de uma história difícil para realizar a cúpula em Singapura. "O caminho para chegar até aqui não foi fácil. Os velhos preconceitos e práticas funcionaram como obstáculos no nosso caminho, mas superamos todos eles e estamos aqui hoje".






Os dois homens, de trajetórias e estilos radicalmente diferentes e com mais de 30 anos de diferença, conversaram cara a cara, com o auxílio de seus intérpretes, durante 48 minutos. Em seguida, realizaram uma reunião com suas respectivas equipes, antes de passar ao almoço de trabalho. Apesar da espetacular aproximação diplomática dos últimos meses, persistem muitas dúvidas sobre a cúpula entre os dois dirigentes.

A desenvoltura de Kim


O arsenal nuclear norte-coreano, que provocou uma série de sanções da ONU ao longo dos últimos anos, será a questão central das conversações. O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, que se reuniu duas vezes com Kim Jong Un em pouco tempo, assegurou na segunda que as conversas entre Washington e Pyongyang haviam avançado rapidamente nos últimos encontros e se disse "muito otimista sobre as possibilidades de sucesso". Pompeo afirmou que os Estados Unidos estavam dispostos a aportar à Coreia do Norte "garantias de segurança únicas, diferentes" das propostas feitas até agora, em troca de uma desnuclearização "completa, comprovável e irreversível".

"Desde o primeiro momento"


Analistas e historiadores acreditam haver uma possibilidade, mas lembram que o regime de Pyongyang tem um histórico de promessas descumpridas. Em 1994 e em 2005 foram fechados acordos nunca aplicados. "Trump provavelmente cantará vitória seja qual for o resultado da cúpula, mas a desnuclearização da península coreana é um processo que vai levar anos", avalia Kelsey Davenport, da Arms Control Association.

A "verdadeira prova" será "a adoção ou não pela Coreia do Norte de medidas concretas para reduzir a ameaça que representam suas armas nucleares". O chefe da diplomacia americana garante, no entanto, que a situação é totalmente diferente desta vez e que o encontro dará frutos. "Só há dois homens que podem tomar decisões de tamanha importância. Estes dois homens estarão sentados na mesma sala", afirmou Pompeo na véspera da cúpula.




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