Argentina adia para 2024 aumento de impostos sobre combustíveis para evitar impacto nos preços

Argentina adia para 2024 aumento de impostos sobre combustíveis para evitar impacto nos preços

Medida foi divulgada a poucos dias do segundo turno presidencial

AFP

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O governo argentino anunciou nesta quarta-feira (1º) que adiou para fevereiro de 2024 o aumento dos impostos sobre os combustíveis para evitar maiores altas de preços. A medida foi divulgada a poucos dias do segundo turno presidencial e quando a inflação anual ultrapassa os 140%.

Em um decreto publicado no Diário Oficial, o governo declarou que a medida busca "garantir uma estabilização necessária e evolução adequada dos preços".

Na terça-feira (31), expirou um acordo de preços com petrolíferas que ordenava aumentos de quase 10% a partir desta quarta-feira, elevando o valor da gasolina premium para quase 400 pesos (US$ 1,10 ou R$ 5,50, na cotação atual).

"O Estado não aumenta sua participação nos impostos para que a gasolina não aumente mais do que o devido", disse o ministro da Economia e candidato presidencial, Sergio Massa, em uma mensagem divulgada pela sua pasta.

De acordo com o cronograma fiscal do setor, o aumento do imposto sobre os combustíveis deve ser aplicado em janeiro, abril, julho e outubro de cada ano.

O adiamento ocorre em um momento em que a escassez destes produtos se normaliza lentamente na Argentina, obrigando consumidores a fazerem longas filas nos postos de abastecimento.

O governo acusou as petrolíferas de especularem para forçar um aumento quando a produção alcançou em setembro os 645 mil barris diários de petróleo, uma melhora de 7% em relação ao mesmo mês em 2022.

"Nas últimas horas ouvimos pedidos de aumento de 40%, muito acima da realidade que um setor, um dos grandes vencedores da economia argentina, precisava para continuar investindo", acrescentou Massa.

As petroleiras alegaram que esta escassez está relacionada à diminuição da disponibilidade de petróleo devido a paradas programadas em duas refinarias, um pico sazonal de consumo e maior demanda do campo em um período no qual ocorre o plantio da soja e do milho e a colheita do trigo.

Massa havia alertado no domingo para a interrupção das exportações a partir desta quarta-feira se a situação não se revertesse, ao mesmo tempo que ordenou a importação de 10 navios-tanque para aliviar a emergência, apesar de o país ser autossuficiente em combustível em uma situação normal.

"Entendo que a situação crítica foi superada", disse Massa, que disputará o segundo turno das eleições presidenciais argentinas em 19 de novembro, frente ao libertário de extrema direita Javier Milei.


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