Argentina paga fundos e deixa a moratória de 15 anos

Argentina paga fundos e deixa a moratória de 15 anos

Secretário do Tesouro americano disse que medida "é um testemunho da enorme mudança de política do país"

AFP

Argentina paga fundos e deixa a moratória de 15 anos

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Nesta sexta-feira, a Argentina saiu da moratória de 15 anos ao pagar a seus credores cerca de 6 bilhões de dólares
emprestados pelos mercados e depois de a Justiça de Nova Iorque ter suspendido as medidas de represália
contra o país.

O governo argentino notificou nesta sexta-feira o juiz federal americano Thomas Griesa sobre o pagamento aos fundos "abutres" e a outros demandantes da dívida em default desde 2001.

Em uma carta enviada por seu advogado Michael Paskin, o governo do presidente Mauricio Macri informou que "a República realizou o pagamento completo, conforme os termos específicos de cada acordo" com os demandantes, com os quais se comprometeu até 29 de fevereiro.

"As condições precedentes foram cumpridas. Desse modo, as medidas cautelares ficam anuladas em todos os casos", afirmou Griesa, em um texto divulgado pouco depois de ter recebido as provas de que a Argentina recebeu esses pagamentos.

O fundo especulativo NML Capital, do financista Paul Singer, foi o credor que mais cobrou, pouco mais de 2,426 bilhões de dólares. No total, Buenos Aires pagou aproximadamente 6,248 bilhões de dólares a 20 credores e, nos próximos dias, pagará os quase 3,1 bilhões de dólares restantes.

Singer acaba de classificar Macri de "campeão das reformas econômicas", na revista Time, que o posicionou entre as 100 pessoas mais influentes do mundo.

Na terça-feira, o país captou 16,5 bilhões de dólares ao emitir bônus, em seu retorno ao sistema financeiro internacional depois de ser marginalizado desde a moratória de 2001, por quase 100 bilhões.

Em nota oficial, o secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, disse nesta sexta que a saída da Argentina da moratória "é um testemunho da enorme mudança de política pelo presidente Mauricio Macri", e um resultado do "desejo de diferentes partidos políticos de trabalharem juntos".

"Reiterei (às autoridades argentinas) nossa admiração pela velocidade com que a Argentina se moveu em direção a um crescimento econômico sustentável e inclusivo e para reconectar o país com a comunidade internacional", acrescentou.

Prat-Gay se vangloriou por ter fechado um acordo com 220 grupos financeiros em poucas semanas. Só ficam de fora e ainda com títulos em moratória grupos de credores, por 3,5 bilhões de dólares.

Mas nenhum deles é, por enquanto, um obstáculo para que a Argentina possa sair de outro "default", no qual o país entrou involuntariamente em 2014. Na época, Griesa puniu o país com o bloqueio de pagamentos aos credores da dívida renegociada.

Desde então, 539 milhões de dólares estão congelados em um Banco de Nova Iorque, e outros 2,5 bilhões, no Banco Nación de Buenos Aires. Griesa suspenderá agora a punição.

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