Ataque da Coreia do Norte contra ilha sul-coreana deixa países em alerta máximo
China qualificou de "imperativa" a necessidade de retomada das negociações multilaterais
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Os disparos foram executados dois dias depois que um cientista americano revelou a existência de um novo programa de enriquecimento de urânio na Coreia do Norte, o que aumentou a tensão e a preocupação de Washington e de seus aliados. A China manifestou preocupação com o ataque e qualificou de "imperativa" a necessidade de retomada das negociações multilaterais - que envolvem as duas Coreias, Estados Unidos, Rússia, Japão e China.
A Rússia advertiu para o risco de uma "escalada" na península coreana. O Estado-Maior sul-coreano confirmou que várias peças de artilharia atingiram a ilha, que tem a presença de um destacamento militar, e outras caíram no mar. "Uma unidade de artilharia executou disparos de provocação às 14h34min (3h34min de Brasília) e as tropas sul-coreanas responderam imediatamente com 80 disparos", afirmou à AFP uma fonte do ministério da Coreia do Sul.
Reunião de emergência na Coreia do Sul
O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, convocou uma reunião de emergência. Segundo o porta-voz da presidência, o mandatário sul-coreano está em uma sala subterrânea com ministros e conselheiros de segurança.
"O presidente Lee ordenou aos comandantes que administrem a situação da melhor maneira possível para evitar uma escalada", completou o porta-voz.
Segundo um morador da ilha de Yeonpyeong, quase 50 projéteis caíram na ilha e atingiram várias casas. "Pelo menos 10 casas pegaram fogo. Recebemos a ordem de abandonar nossa casas", disse Lee Jong-Sik, outro habitante da ilha.
Os disparos coincidem com a presença na região do enviado americano para a Coreia do Norte, Stephen Bosworth, que deve viajar de Tóquio a Pequim nesta terça-feira para debater com as autoridades chinesas a política nuclear norte-coreana, depois das revelações de uma nova usina de enriquecimento de urânio de Pyongyang.
A ilha de Yeonpyeong fica ao sul da linha de fronteira decretada pela ONU após a Guerra da Coreia (1950-1953), mas fica ao norte da linha reivindicada por Pyongyang.
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