Ataque do Exército mata 49 em campo de gás na Argélia

Ataque do Exército mata 49 em campo de gás na Argélia

Bombardeio aéreo vitimou 34 reféns e 15 sequestradores

AFP

Ataque ocorreu em campo de exploração de gás

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Um ataque do Exército da Argélia em um campo de exploração de gás deixou pelo menos 45 mortos nesta quinta-feira. "Trinta e quatro reféns e 15 dos sequestradores morreram em um bombardeio (aéreo) do exército argelino", declarou o um porta-voz, que acrescentou que o chefe do grupo islamita atacante, Abu Al Baraa, está entre as vítimas.

Os sequestradores "tentavam transportar uma parte dos reféns para um local mais seguro em veículos" quando o Exército argelino bombardeou, "matando reféns e sequestradores ao mesmo tempo". Na operação, quatro reféns estrangeiros, dois britânicos, um queniano e um francês, foram libertados, informou a Agência Nacional APS.

Além disso, sete outros reféns estrangeiros continuam vivos. "Três belgas, dois americanos, um japonês e um britânico" sobreviveram ao ataque dos aviões argelinos contra o local de detenção", anunciou um porta-voz do grupo extremista, citado pela agência de notícias mauritana Nouakchott Information (ANI).

Diante da situação confusa, que evolui de hora em hora no local do sequestro, o presidente francês François Hollande afirmou confiar plenamente nas autoridades argelinas para solucionar a crise. Mais de 24 horas após o início do sequestro, o número exato e a nacionalidade dos reféns continuam sem confirmação precisa: mais de 40 ocidentais, incluindo sete americanos, dois britânicos, japoneses, um irlandês, um norueguês, e ao menos 150 argelinos (a maioria funcionários de uma companhia francesa de logística).

Um ou mais franceses também foram feitos prisioneiros, segundo o presidente Hollande, que não quis dar outras informações. Também pode haver malinenses e filipinos entre os sequestrados.

Cerca de 30 argelinos fugiram do complexo, anunciou nesta quinta-feira a prefeitura de Illizi. Outros argelinos foram libertados na quarta em pequenos grupos, sem que o número tenha sido precisado. Quinze estrangeiros, incluindo um casal de franceses, também conseguiram escapar, segundo o canal argelino Ennahar, mas a informação não foi confirmada oficialmente pelas autoridades argelinas.

O campo de In Amenas, explorado pelo grupo britânico BP, o norueguês Statoil e o argelino Sonatrach está localizado 1.300 km a sudeste de Alger, perto da fronteira com a Líbia.

"Cruzada contra franceses no Mali"


Argel excluiu qualquer negociação com os sequestradores, que asseguraram reagir "à cruzada realizada pelas forças francesas no Mali" e exigiram "o fim desta agressão". Um britânico e um argelino foram mortos na quarta-feira no ataque extremista contra o campo.

Os sequestradores se apresentam como os "Signatários pelo sangue", nome da katiba (unidade combatente) do argelino Mokhtar Belmokhtar, conhecido como "Senhor Malboro" por seu suposto tráfico de cigarros, recentemente destituído pela Al-Qaeda no Magreb Islâmico (Aqmi).

Os extremistas afirmaram vir do Mali, a mais de 1.200 km de distância, mas o ministro argelino do Interior negou esta informação, afirmando que eles vieram da região e pareciam querer "sair do país com os reféns, o que não é aceitável". Segundo um funcionário do campo de gás, que pediu anonimato e diz ter ouvido uma conversa entre os argelinos e os sequestradores, os extremistas "exigiam a libertação de 100 terroristas presos na Argélia para libertar seus reféns".



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