Ataque em Charlottesville pode ser considerado terrorismo interno, afirma procurador

Ataque em Charlottesville pode ser considerado terrorismo interno, afirma procurador

Manifestantes contrários a um protesto de extrema-direita foram atropelados no sábado

AFP

FBI e procuradores federais abriram uma investigação de direitos civis sobre as circunstâncias que cercaram o incidente

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O atropelamento de manifestantes contrários a um protesto da extrema-direita nos Estados Unidos, que deixou um morto, pode ser considerado terrorismo interno, disse nesta segunda-feira o procurador-geral Jeff Sessions. Uma mulher morreu e 19 pessoas ficaram feridas na cidade de Charlottesville (Virginia) nesse sábado, quando um carro avançou - intencionalmente, segundo testemunhas - contra uma multidão contrária a uma marcha de supremacistas brancos e neonazistas. O ato foi convocada para protestar contra a retirada de uma estátua do general Robert Lee, o derrotado líder dos confederados na Guerra Civil americana.



O ataque do veículo "entra na definição de terrorismo interno em nosso estatuto", afirmou Sessions no programa de televisão Good Morning America.O Departamento de Justiça busca todos os argumentos para apresentar acusações, disse. "Podem ter a certeza de que vamos avançar na investigação até as acusações mais graves que podem ser apresentadas porque isto é inequivocamente um ataque inaceitável e maligno", declarou.

O FBI e procuradores federais abriram uma investigação de direitos civis sobre as circunstâncias que cercaram o incidente, que aconteceu pouco depois da polícia ter dispersado uma manifestação de supremacistas brancos e neonazistas, incluindo membros da Ku Klux Klan (KKK), que resultou em violentos confrontos com contra-manifestantes. O motorista, um homem de 20 anos de Ohio, que segundo a imprensa tem um passado de ligações neonazistas, foi detido e pode enfrentar acusações de assassinato em segundo grau. Das 19 pessoas feridas, 10 permanecem hospitalizadas em situação estável e nove receberam alta.

Os distúrbios no estado da Virginia deixaram a Casa Branca no centro da polêmica, depois que o presidente Donald Trump condenou a violência de "ambas as partes", o que rendeu acusações de indulgência com a extrema-direita por parte de todos os setores políticos. Kenneth Frazier, CEO da gigante farmacêutica Merck, anunciou nesta segunda-feira sua renúncia como conselheiro econômico de Trump em protesto pelas declarações do presidente sobre o que aconteceu em Charlottesville.

"Como CEO da Merck e como uma questão de consciência pessoal, sinto a responsabilidade de tomar posição contra a intolerância e o extremismo", escreveu no Twitter, antes de afirmar que os líderes americanos devem "rejeitar claramente as expressões de ódio, intolerância e supremacía". Trump não demorou a responder. "Vai ter mais tempo para dedicar-se a reduzir o preço totalmente abusivo dos medicamentos", tuitou.

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