Ataques coordenados contra duas delegacias em Cabul deixam ao menos cinco mortos
Talibã e Estado Islâmico assumiram autoria dos atentados
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Pelo menos dois policiais morreram e várias pessoas ficaram feridas nos ataques. Um dos ataques foi reivindicado pelos talibãs, enquanto o grupo extremista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria pelo outro. Mas os serviços de inteligência afegãos atribuíram os dois atentados à rede Haqani, aliada aos talibãs e ao grupo insurgente paquistanês Lashkar-e-Taiba. O Paquistão condenou os atentados.
Ao menos cinco pessoas morreram e 16 ficaram feridas, de acordo com o porta-voz do ministério da Saúde, O EI assumiu a autoria do primeiro ataque, que foi cometido contra uma delegacia situada em um bairro, onde a maioria de seus habitantes é de origem xiita, no oeste da cidade, disse à AFP um porta-voz da Polícia, Hashmatullah Estanakzai. "Dois agressores foram mortos. Dois policiais perderam a vida, e outros dois foram feridos", declarou Estanakzai.
Segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Najib Danish, um homem-bomba se detonou na frente do prédio. A isso, seguiu-se um tiroteio entre os outros atacantes e a Polícia. Imagens da emissora Ariana TV mostraram uma espessa coluna de fumaça que subia para o céu. Uma foto postada por um usuário do Twitter mostrava um edifício em chamas, apresentado como uma das delegacias atacadas.
O segundo ataque aconteceu diante da delegacia número 10, no bairro de Shar-e-Naw, no centro de Cabul. As "operações de busca e limpeza" continuam, indicou o porta-voz da Polícia. Um jornalista da AFP próximo ao local ouviu vários disparos e viu um corpo estendido na rua. Também viu várias mulheres fugirem aterrorizadas.
Este segundo ataque ainda não foi reivindicado. O EI já havia assumido a responsabilidade pelo duplo atentado suicida cometido na semana passada na capital afegã em que pelo menos 25 pessoas, incluindo o chefe do serviço de fotografia da AFP no Afeganistão, Shah Marai, e oito jornalistas foram mortos.
Já o Talibã lançou recentemente sua ofensiva de primavera (boreal), multiplicando os ataques contra as forças de segurança afegãs, o que aparentemente constitui uma rejeição à oferta recente de negociações de paz do presidente Ashraf Ghani. Esta ofensiva, batizada "Al Khandaq", tem o objetivo de "esmagar, matar e capturar os invasores americanos e seus apoiadores", indicaram os insurgentes no final de abril. No domingo, 22 de abril, outro ataque suicida em um recenseamento eleitoral provocou quase 60 mortes e pelo menos 20 feridos.