Atentado contra igreja nas Filipinas deixa 20 mortos e 81 feridos

Atentado contra igreja nas Filipinas deixa 20 mortos e 81 feridos

Caso ocorreu na ilha de Jolo, reduto do grupo Abu Sayyaf, acusado pelos ataques mais violentos na história do país

AFP

"Usaremos toda a força da lei para levar os responsáveis por este ataque à justiça", afirmou o secretário de Defesa, Delfin Lorenzana

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Ao menos 20 pessoas morreram nas explosões de duas bombas na igreja de Nossa Senhora do Monte Carmelo, na ilha de Jolo, no sul das Filipinas, neste domingo anunciaram as autoridades do país. A primeira explosão aconteceu durante a missa da manhã. Quando as tropas chegaram ao local, a segunda explosão foi registrada, informou o porta-voz militar da região, Gerry Besana. Fotos divulgadas pela polícia regional mostram escombros espalhados perto da entrada da igreja e um caminhão militar danificado.

Cinco soldados e 15 civis morreram no ataque, enquanto 81 pessoas ficaram feridas, anunciou o chefe da polícia nacional, Oscar Albayalde. "Usaremos toda a força da lei para levar os responsáveis por este ataque à justiça", afirmou em um comunicado o secretário de Defesa, Delfin Lorenzana. O exército utilizou helicópteros para transportar alguns feridos até a cidade Zamboanga, onde receberão atendimento médico. "Provavelmente foi um ato terrorista. São pessoas que não querem a paz. É uma pena que isto aconteça pouco depois da aprovação da lei sobre Bangsamoro", declarou Besana, em referência à região autônoma que os filipinos aprovaram criar em um referendo organizado esta semana.

Jolo fica na região de Bangsamoro, de maioria muçulmana. A ilha é também uma base do grupo radical Abu Sayyaf, acusado pelos ataques mais violentos na história do país. O estabelecimento desta zona em um território de maioria muçulmana - dentro de um arquipélago majoritariamente católico - busca restabelecer a paz depois de décadas de um conflito que deixou dezenas de milhares de mortos. Grupos muçulmanos pegaram em armas nos anos 1970 para exigir a autonomia ou independência do sul das Filipinas, que consideram sua terra ancestral.A insurreição deixou 150 mil mortos.

A província de Sulu, onde fica Jolo, votou contra a criação da região autônoma no sul das Filipinas, que as autoridades esperam que proporcione paz e desenvolvimento após décadas de combate, situação que deixou a zona em situação de pobreza. O governador de Sulu questionou na Corte Suprema a lei que estabelece a nova área. Apesar da votação em Sulu, a legislação estabelece que a província deve integrar a nova entidade política, pois os eleitores da atual região autônoma se pronunciaram a favor em seu conjunto.

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