Atentados de 11/9 marcam mudanças em conflitos, explica cientista político
Atualmente "guerras" só terminam com acordo político
publicidade
“É isso que a gente está vendo no Iraque, no Afeganistão. Os americanos são capazes de obter vitórias militares, mas não vitórias completas", disse Cukier, que trabalhou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e é mestre em Resolução de Conflitos Internacionais e Segurança pela American University, em Washington, nos Estados Unidos. "O mundo deve estar preparado para uma era muito insegura. A vigilância vai ter que ser constante e talvez eterna."
Cukier lembrou que na 1ª e na 2ª guerras mundiais os inimigos eram estados. Agora, são grupos subnacionais, como os terroristas. “As ameças não são objetivas, não se sabe quem é o inimigo e como ele pode atacar. Hoje tem inimigos que não estados. São grupos que estão abaixo do Estado. Isso traz instabilidade”, acrescentou.
O especialista disse ainda que a globalização unificou o mundo com tecnologia, comércio e comunicação, mas essa força também oferece mecanismos para que grupos de terroristas, organizações não governamentais e multinacionais desafiem o Estado. "O Estado perde muita força."