Autor da intervenção militar contra Mugabe toma posse como vice no Zimbábue
General Chiwenga se retirou do Exército para assumir cargo
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Tradicional apoio do regime desde a independência do país em 1980, os militares intervieram na noite de 14 a 15 de novembro nas ruas de Harare para denunciar a demissão por Mugabe do seu então vice-presidente Emmerson Mnangagwa. Colocado em prisão domiciliar, o ex-presidente de 93 anos renunciou uma semana depois, abandonado por seu partido.
O golpe militar foi para impedir a primeira-dama Grace Mugabe de suceder seu marido. Foi ela quem forçou a demissão do vice-presidente, considerado até então como o braço-direito do "camarada Bob". Mnangagwa tomou posse como presidente interino até as eleições programadas para meados de 2018. O novo presidente nomeou o ex-chefe da Força Aérea, Perrance Shiri, como ministro da Agricultura, enquanto outro general, Sibusiso Moyo, tornou-se ministro das Relações Exteriores.
Constantino Chiwenga "desempenhou um papel fundamental na transição entre Mugabe e Mnangagwa, e não havia outra maneira de agradecer a ele do que dar a vice-presidência", estimou Sabelo Ndlovu-Gatsheni, professor da Universidade da África do Sul. "Não creio que a intervenção dos militares na vida política seja boa para a democracia", considerou Ndlovu-Gatsheni, apontando que "o exército não persuade, usa violência".