Autor da intervenção militar contra Mugabe toma posse como vice no Zimbábue

Autor da intervenção militar contra Mugabe toma posse como vice no Zimbábue

General Chiwenga se retirou do Exército para assumir cargo

AFP

Autor da intervenção militar contra Mugabe toma posse como vice no Zimbábue

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O ex-chefe das Forças Armadas do Zimbábue, que dirigiu a manobra que pôs fim a 37 anos de mandato do presidente Robert Mugabe no final de novembro, foi nomeado oficialmente nesta quinta-feira um dos vice-presidentes do país. O general reformado Constantino Chiwenga, de 61 anos, prestou juramento durante uma cerimônia na sede da presidência, em Harare, jurando "observar, fazer respeitar e defender a Constituição". O ex-ministro da Segurança Interna de Mugabe, Kembo Mohadi, também foi nomeado vice-presidente do partido. O general Chiwenga se retirou do Exército na semana passada.

Tradicional apoio do regime desde a independência do país em 1980, os militares intervieram na noite de 14 a 15 de novembro nas ruas de Harare para denunciar a demissão por Mugabe do seu então vice-presidente Emmerson Mnangagwa. Colocado em prisão domiciliar, o ex-presidente de 93 anos renunciou uma semana depois, abandonado por seu partido.

O golpe militar foi para impedir a primeira-dama Grace Mugabe de suceder seu marido. Foi ela quem forçou a demissão do vice-presidente, considerado até então como o braço-direito do "camarada Bob".  Mnangagwa tomou posse como presidente interino até as eleições programadas para meados de 2018. O novo presidente nomeou o ex-chefe da Força Aérea, Perrance Shiri, como ministro da Agricultura, enquanto outro general, Sibusiso Moyo, tornou-se ministro das Relações Exteriores.

Constantino Chiwenga "desempenhou um papel fundamental na transição entre Mugabe e Mnangagwa, e não havia outra maneira de agradecer a ele do que dar a vice-presidência", estimou Sabelo Ndlovu-Gatsheni, professor da Universidade da África do Sul. "Não creio que a intervenção dos militares na vida política seja boa para a democracia", considerou Ndlovu-Gatsheni, apontando que "o exército não persuade, usa violência".

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