Autoridades relembram Holocausto e alertam sobre avanço “alarmante” do antissemitismo

Autoridades relembram Holocausto e alertam sobre avanço “alarmante” do antissemitismo

Aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz é recordado em um cenário de tensão na Alemanha

Estadão Conteúdo

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No Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, autoridades europeias fazem um aceno à data e relembram as vítimas do nazismo. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escreveu em sua conta na rede social X (antigo twitter) que, "no dia em Memória do Holocausto, nós lembramos das vítimas e pronunciamos seus nomes em voz alta". Ela afirmou ainda que os atos antissemitas estão aumentando "de forma alarmante" e que "é nosso dever proteger e fazer prosperar a vida judaica na Europa".

O chanceler alemão Olaf Scholz se manifestou ao dizer "nunca mais à exclusão social e à privação de direitos, à ideologia racista, à desumanização e à ditadura". Em sua conta no X, ele escreveu que "nosso "nunca mais" tem milhões de vozes e a nossa democracia milhões de rostos".

O presidente da França, Emmanuel Macron, também se pronunciou. "Há 79 anos, o campo de extermínio de Auschwitz foi libertado. A humanidade estava finalmente perfurando as trevas do nazismo. Na memória eterna dos milhões de vítimas da Shoah (palavra hebraica para "catástrofe"), lembremo-nos que o antissemitismo e o ódio conduzem às piores atrocidades", escreveu.

Já o primeiro ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, compartilhou uma foto sua ao lado da sobrevivente de Auschwitz Lily Ebert, que comemorou recentemente seu aniversário de 100 anos. "Temos o dever de recordar os crimes horríveis do Holocausto. É por isso que conhecer sobreviventes como Lily Ebert é tão importante. Lily comemorou recentemente seu 100º aniversário. Por favor, reserve um tempo para ouvir sua história nas suas próprias palavras", falou.

Alemanha

A Alemanha recorda a cada ano o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto no aniversário da libertação do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau pelos soviéticos, em 27 de janeiro de 1945.

Este ano, o 79º aniversário da libertação do campo é recordado em um cenário de tensão, depois que a organização de jornalismo investigativo Correctiv revelou, em 10 de janeiro, que membros do partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD) discutiram a expulsão em larga escala de migrantes e "cidadãos não assimilados", em uma reunião em novembro.

A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, comparou a reunião à "horrível conferência de Wannsee", em 1942, quando o regime nazista planejou o extermínio dos judeus europeus.

"'Nunca mais' exige que todos devem permanecer vigilantes. Nossa democracia não é um presente de Deus, é feita pelo homem", advertiu Scholz.

Nas últimas semanas, milhares de alemães protestaram em todo país contra as tendências radicais do AfD.

Durante o fim de semana estão previstas mais de 300 passeatas, segundo a aliança cidadã 'Campact', uma das organizadoras do movimento.

"Temos o triplo de manifestações que na semana passada, em particular no leste da Alemanha", afirmou a Campact em um comunicado divulgado neste sábado. Nesta região, a ex-Alemanha Oriental, o partido AfD registra seus melhores resultados eleitorais.

Com informações da AFP.


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