Balanço de mortos por incêndios florestais no Havaí sobe para 55

Balanço de mortos por incêndios florestais no Havaí sobe para 55

Chamas consumiram mais de 800 hectares de terra em duas ilhas

AFP

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O balanço de mortos pelo incêndio florestal que devastou uma cidade no Havaí subiu para 55 e milhares de pessoas ficaram desabrigadas, em uma das piores catástrofes já enfrentadas pelo arquipélago americano, informaram autoridades.

Os incêndios consumiram mais de 800 hectares de terra em duas ilhas e forçaram a evacuação de milhares de pessoas, algumas das quais tiveram que se lançar na água para se proteger das chamas.

Autoridades do Condado de Maui informaram na noite de quinta (04h desta sexta-feira em Brasília) que o balanço de mortos subiu para 55, enquanto os bombeiros continuavam apagando o fogo na localidade que, no inicio do século XIX, foi a capital do reino havaiano.

O governador do estado, Josh Green, afirmou na quinta-feira que milhares de pessoas perderam suas casas e que as autoridades trabalhavam para abrigá-las. "O que vimos hoje é catastrófico (...) é provavelmente o maior desastre natural da história do estado do Havaí", declarou.

Green alertou que o número de mortos poderia aumentar "significativamente".

Os incêndios começaram na madrugada de terça-feira e a rápida propagação colocou em risco casas, empresas e serviços públicos, assim como mais de 35 mil pessoas na ilha de Maui, conforme a Agência de Gerenciamento de Emergências do Havaí.

O fogo devastou 80% da cidade de Lahaina, na costa oeste de Maui. "Grande parte de Lahaina em Maui foi destruída e centenas de famílias locais foram deslocadas", alertou Green.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram as chamas consumindo esta cidade turística, densas colunas de fumaça tingindo o céu de preto e vários barcos atracados também em chamas.

Pelo menos 100 moradores da região pularam na água para escapar do fogo, disse à CNN a comandante da Guarda Costeira Aja Kirksey, que destacou que cerca de 50 pessoas precisaram ser resgatadas do mar.

Também foram declarados incêndios na Ilha Grande do Havaí, mas as autoridades informaram que estavam sob controle na quinta-feira.

Corpos na água 

"Ainda temos cadáveres boiando na água", relatou Kekoa Lansford, outra moradora, à CBS. "Estamos tirando as pessoas. Estamos tentando salvar suas vidas, mas sinto que não estamos recebendo a ajuda necessária".

Militares americanos enviaram três helicópteros para ajudar no combate aos incêndios, informou o Comando Indo-Pacífico em um comunicado.

Na quarta-feira, os helicópteros militares que auxiliam os bombeiros usaram 570.000 litros d'água para controlar as chamas no condado de Mauí.

"O objetivo principal é salvar vidas, evitar o sofrimento das pessoas e frear as vultosas perdas materiais", declarou Hara.

O presidente Joe Biden declarou estado de catástrofe natural no Havaí, o que permitirá colocar "recursos federais à disposição dos afetados no condado de Mauí", explicou a Casa Branca em um comunicado.

A rede hospitalar da ilha está "saturada" com pacientes com queimaduras e pessoas que inalaram fumaça, informou a vice-governadora do Havaí, Sylvia Luke, que descreveu a situação como "dramática".

Luke informou que os incêndios foram causados pelas condições secas e pelos ventos fortes do furacão Dora, que está no sul do arquipélago americano, mas não se espera que toque o solo.

As autoridades do condado pediram a todos os visitantes que deixem a ilha "o quanto antes" e organizaram ônibus para levar os turistas ao aeroporto de Kahului, segundo nota publicada no Facebook.

No aeroporto, muitos turistas ficaram bloqueados, pois seus voos foram cancelados ou atrasaram. Jornalistas da AFP viram muitas pessoas dormindo no chão.

Em todo o mundo, milhões de pessoas têm sofrido com os efeitos de eventos meteorológicos extremos nas últimas semanas. Segundo os cientistas, estes fenômenos têm sido exacerbados pelas mudanças climáticas.


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