Berlusconi ganha na votação, mas perde maioria crucial
Orçamento de 2010 foi aprovado por 308 votos, bem abaixo da maioria absoluta
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Esta constatação imediatamente serviu para um pedido de renúncia. "Temos um problema de credibilidade com este governo. Este governo não é capaz de gerenciar a situação e enfrentá-la. Este déficit de credibilidade é fundado nos números", declarou.
Ante a delicada situação econômica que atravessa a Itália, a oposição de esquerda anunciou que ia se abster na votação como geste de responsabilidade, mas quis demonstrar que era suficientemente forte para fazê-lo cair a qualquer momento. O total de deputados presentes no Congresso que se abstiveram de votar as Contas do Estado somaram 321, um número superior àqueles que apoiam o governo de Berlusconi.
Depois da votação, Berlusconi convocou imediatamente uma reunião com os principais dirigentes de sua maioria, entre eles o ministro do Interior, Roberto Maroni, e da Economia, Giulio Tremonti, para decidir se renuncia ou não. O resultado da votação é ainda menor que o calculado pela imprensa, que calculava que o premiê obteria entre 310 e 311 votos a favor. Berlusconi também pediu imediatamente as lista dos que "o traíram", como indicou a imprensa local.
Pressão por renúncia
Nos últimos dias o multimilionário político registrou a fuga de parlamentares de seu partido Povo da Liberdade (PDL) devido às divisões para cumprir com as reformas que a União Europeia exige. Antes da votação, o principal aliado de Silvio Berlusconi pediu que ele renunciasse ao cargo. "Pedimos que ele afastasse", afirmou o chefe da Liga Norte, Humberto Bossi, sócio de Berlusconi na coalizão de centro-direita no poder.
Bossi também afirmou que seu partido vai apoiar para a chefia de um novo governo Angelino Alfano, o herdeiro político de Silvio Berlusconi. Alfano, ex-ministro da Justiça do governo de Silvio Berlusconi, é atualmente secretário-geral do Povo da Liberdade e seu nome poderia receber um apoio relativamente grande para liderar um governo de transição no qual entraria a oposição centrista.