Berlusconi se diz "sentido" pelas vaias que recebeu

Berlusconi se diz "sentido" pelas vaias que recebeu

Chefe do governo italiano deve renunciar ao cargo hoje

AFP

População vaiou do lado de fora da Câmara

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O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, reconheceu neste sábado diante de um grupo de jornalistas que ficou "sentido" pelas vaias que recebeu após a votação do Parlamento neste sábado, que abriu as portas para sua renúncia. "Foi algo que me doeu profundamente", disse ele cercado por dirigentes de seu partido, o Povo da Liberdade, pouco antes de se dirigir ao Palácio do Qurinal, sede da presidência da República, onde deverá entregar o cargo.

A Câmara dos Deputados da Itália aprovou o pacote de reformas econômicas exigido pela União Europeia em meio à grave crise fiscal da região. O multimilionário político prometeu apresentar sua demissão ao presidente da República, Giorgio Napolitano, para ser substituído por um governo de emergência que se comprometa em reduzir a colossal dívida pública do país.

As medidas, aprovadas pelo Senado na sexta-feira e que fazem parte de uma emenda à proposta orçamentária de 2012, preveem uma rodada bem mais pesada de austeridade fiscal, que provavelmente será implementada por um governo de união. A expectativa é de que o governo de emergência seja liderado pelo senador vitalício Mario Monti, com quem Berlusconi se reuniu por duas horas neste sábado.

Enquanto a votação acontecia dentro do palácio de Montecitorio, sede da Câmara, do lado de fora várias pessoas se concentraram para pedir a saída do premiê. Alguns dos manifestantes levaram cartazes em que agradeciam a Napolitano por sua atitude nesta crise política e elogiavam que "finalmente" Berlusconi abandonaria o poder, enquanto outros reproduziam a capa da revista "Time", na qual aparece uma foto do primeiro-ministro sob o título "O homem por trás da economia mundial mais perigosa".

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