Bombeiros controlam incêndio no Parlamento da África do Sul

Bombeiros controlam incêndio no Parlamento da África do Sul

Polícia prendeu um suspeito de ser responsável pelo início das chamas no local

AFP

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O incêndio devastador que destruiu o Parlamento sul-africano na Cidade do Cabo no domingo foi contido, anunciaram os bombeiros nesta segunda-feira. "O incêndio foi controlado a partir da meia-noite, e as equipes no local foram sendo reduzidas progressivamente", relatou o porta-voz da corporação, Jermaine Carelse.

Cerca de 20 socorristas permanecem no local, pois o incêndio continua ativo na parte mais antiga do edifício. Nela, há vários tesouros, entre obras de arte e patrimônio que remontam ao século XVII.

A Biblioteca do Parlamento, que tem uma coleção única de livros, parece ter sido salva das chamas. Ainda não se determinou a extensão da devastação causada pelo incidente que destruiu completamente a sede da Assembleia Nacional. "A maior parte dos danos está, sem dúvida, neste prédio, que não poderá ser usado por vários meses", disse Carelse.

O complexo era composto por três partes: o prédio que abrigava a Assembleia Nacional; uma ala onde ficava a Câmara Alta, ou Conselho Nacional das Províncias; e a parte histórica mais antiga, onde os parlamentares costumavam se reunir. Os presidentes das duas câmaras e membros do governo devem se reunir ainda nesta segunda-feira para fazer um primeiro balanço da situação.

Um suspeito detido

O incêndio começou no domingo no antigo edifício do Parlamento, que data de 1884, por volta das 5h locais (0h, horário de Brasília). Lá, ficam as salas cobertas de madeiras preciosas, onde antes ficavam as cadeiras dos deputados. As partes mais recentes do edifício datam de 1920 e 1980.

De acordo com os primeiros elementos da investigação, o incêndio teve dois focos. Além disso, o fechamento de uma tomada d'água impediu que o sistema automático de extinção de incêndios funcionasse corretamente.

Nas próximas 24 horas, será enviado um relatório para o presidente Cyril Ramaphosa, que foi ao local da tragédia no domingo. A polícia informou, nesta segunda-feira, que indiciou um suspeito de 49 anos que foi detido dentro do complexo do Parlamento. O homem - que será levado à Justiça na terça-feira foi indiciado por "invasão de propriedade" e "incêndio criminoso". Também será julgado por ter atentado contra uma propriedade do Estado, declarou a unidade de elite da polícia sul-africana em um comunicado.

Esta é a segunda vez em menos de um ano que o Parlamento é danificado por chamas. Em março, um incêndio foi declarado e, rapidamente, controlado. Foi neste enorme edifício vitoriano, de tijolos vermelhos e fachada branca, que o último presidente da era do Apartheid, Frederik de Klerk, anunciou, em fevereiro de 1990, o fim do regime racista. Na África do Sul, a Cidade do Cabo abriga o Parlamento, enquanto a sede do Executivo fica em Pretória.


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