Brasil classifica tiros disparados contra civis à espera de ajuda em Gaza como massacre

Brasil classifica tiros disparados contra civis à espera de ajuda em Gaza como massacre

Em nota, Itamaraty fala em “dar um basta” em novas atrocidades cometidas por Israel

Correio do Povo

Brasil classifica tiros disparados contra civis à espera de ajuda em Gaza como massacre

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O governo brasileiro se manifestou sobre o ataque de forças israelenses contra uma multidão de civis que aguardavam ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Para o Itamaraty, os disparos feitos contra palestinos foi um massacre. A declaração foi dada através de nota divulgada nesta sexta-feira.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, dos disparos por arma de fogo, por forças israelenses, ocorrido no dia de ontem, no Norte da Faixa de Gaza, em local em que palestinos aguardavam o recebimento de ajuda humanitária. Na ocasião, mais de 100 pessoas foram mortas e mais de 750 feridas por tiros, pisoteio ou atropelamento”, explicou em nota.

Segundo o Itamaraty, a aglomeração flagrada nessa quinta foi um exemplo da “situação desesperadora” que a população civil da Faixa de Gaza está submetida. O cenário, conforme a manifestação do governo, é difícil por conta das dificuldades para obtenção de alimentos no território.

A administração brasileira destacou ainda que é necessária a apuração das responsabilidades pelos mortos e feridos na ocasião.

“Autoridades da ONU e especialistas em ajuda humanitária e assistência de saúde de diferentes organismos e entidades vêm denunciando há meses a sistemática retenção de caminhões nas fronteiras com Gaza e a situação crescente de fome, sede e desespero da população civil", relatou o Brasil na nota.

O Itamaraty ainda menciona a “inação da comunidade internacional” diante da tragédia humanitária. O governo entendeu que esta postura serve como um incentivo velado para que o “governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. “Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana”, acrescentou.

O Brasil ainda considerou que a ação militar em Gaza “não tem qualquer limite ético ou legal e que cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades”. “A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, completou a nota.

Crise diplomática

A nota do Itamaraty representa uma manifestação mais contundente em relação à guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Há duas semanas, o governo brasileiro teve de lidar com uma crise diplomática se originou a partir de uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula

As comparações feitas por Lula foram apontadas como problemáticas por entidades especializadas na preservação da memória do Holocausto.

Após as comparações de Lula, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, foi simbólico ao escolher conversar com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, no Yad Vashem, o Memorial do Holocausto em Jerusalém. Katz anunciou ao lado do embaixador brasileiro a notícia de que Lula não é bem-vindo em Israel até que peça desculpas pelas suas declarações. O pedido, até agora, não foi feito por parte do chefe de Estado brasileiro.

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