Brasil não quer ser agência de certificação internacional no caso Bin Laden, diz Garcia
Assessor especial de assuntos internacionais do governo afirma que Planalto acompanha atentamente desdobramentos
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Segundo ele, o Brasil não opinará sobre a polêmica provocada por autoridades norte-americanas que levantaram dúvidas sobre como o governo paquistanês desconhecia a presença do líder no país.
Garcia disse que o governo brasileiro acompanha atentamente os desdobramentos envolvendo a morte de Bin Laden, mas ressaltou que, por motivo de “prudência”, o Brasil não entrará no debate entre os governos dos Estados Unidos e do Paquistão. “Não queremos ser uma agência de certificação internacional.”
O assessor especial lembrou que o Paquistão é um país de relevância internacional por vários aspectos, um deles a questão de ser uma potência nuclear. “Não queremos opinar sobre a questão da confiabilidade do Paquistão.”
Bin Laden foi morto no último dia 1º por forças especiais dos Estados Unidos, que invadiram a casa onde ele vivia com a família, a 100 quilômetros de Islamabad, capital do Paquistão. A operação foi executada sem a autorização do governo paquistanês. A ação gerou críticas e polêmicas na comunidade internacional, assim como reações de seguidores do líder da Al-Qaeda.
Em entrevista nesse domingo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu às autoridades do Paquistão que investiguem a existência de uma possível rede de apoio que ajudava Bin Laden. Para Obama, havia apoio para manter Bin Laden escondido no país. Segundo ele, é necessário descobrir se havia suporte de integrantes do governo ao líder da Al-Qaeda.
Com a morte de Bin Laden, aumentaram as especulações se o novo líder da Al-Qaeda deve ser o homem que é considerado atualmente o número 2 da rede, Ayman Al Zawahiri.
Na operação que levou à morte de Bin Laden, foram apreendidos arquivos digitais, de áudio e vídeo, além de material impresso, computadores, dispositivos de gravação e documentos escritos à mão. Em meio aos documentos, havia ainda cartas pessoais do líder e de pessoas ligadas a ele.