Brasil quer esclarecimentos de embaixador egípcio

Brasil quer esclarecimentos de embaixador egípcio

Pelo menos 60 pessoas foram mortas em confrontos na "sexta-feira da ira"

Agência Brasil e AFP

Simpatizantes de presidente deposto lideraram Dia da Ira nesta sexta

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O governo brasileiro quer explicações do Egito sobre o agravamento da situação no país. O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Eduardo dos Santos, convocou nesta tarde o embaixador do Egito em Brasília, Hossam Edlin Mohamed Ibrahim Zaki, para prestar esclarecimentos sobre o assunto.

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Simpatizantes do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, convocaram para esta sexta mais um dia de manifestações, denominado Dia da Ira. Pelo menos 60 pessoas morreram nos confrontos de hoje, conforme a BBC. Desde junho, os protestos se tornaram frequentes no país. Ativistas favoráveis e contrários a Mursi se enfrentam nas ruas do Cairo, a capital, e das principais cidades egípcias.

Nos últimos dias, os governos do Equador e de vários países europeus já haviam convocado os embaixadores do Egito para cobrar explicações sobre a onda de violência que matou, em dois dias, centenas de pessoas, a maioria formada por civis. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu extraordinariamente nessa quinta-feira à noite e apelou para que todos os lados envolvidos nos confrontos cessem os conflitos e acabem com a violência.

Os protestos mais intensos ocorreram de terça para quarta-feira. O Brasil e representantes de vários países condenaram a violência. O Itamaraty diz que não há brasileiros entre as vítimas nem registros de incidentes. Ao mesmo tempo, a embaixada brasileira no país mantém o alerta e o funcionamento, em regime de plantão. São estudadas medidas adicionais, em caso de agravamento da situação no Egito.

Islamitas pedem fim das manifestações

Uma coalizão islamita egípcia pediu o fim das manifestações nesta sexta-feira após violentos confrontos. No entanto, fizeram um apelo para que os partidários de Mursi protestem diariamente a partir de amanhã. "As manifestações de hoje terminarão com as últimas orações da noite, que serão seguidas de orações pelos mortos", afirmou Gehad al-Haddad, porta-voz da Aliança contra o Golpe de Estado.

"Haverá manifestações contra o golpe de Estado todos os dias", afirmou, depois de seu movimento ter convocado seus partidários a protestar "aos milhões" e "pacificamente" para denunciar o "massacre" de cerca de 600 pessoas na quarta-feira, principalmente na dispersão extremamente violenta de acampamentos de manifestantes pró-Mursi no Cairo.

Às 17h (14h de Brasília), o cessar-fogo estabelecido na quarta entrou em vigor em 14 das 27 províncias do país, incluindo as duas maiores cidades, Cairo e Alexandria, e as autoridades multiplicaram os apelos à população, principalmente por meio da televisão estatal, para que os egípcios respeitem esta medida.

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