Britânico e francês estariam entre autores de decapitações do IE

Britânico e francês estariam entre autores de decapitações do IE

Americano sequestrado em 2013 na Síria foi morto nesse domingo

AFP

Americano sequestrado em 2013 na Síria foi morto nesse domingo

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Um britânico de 20 anos pode figurar entre os jihadistas presentes no vídeo do grupo Estado Islâmico (EI) que mostra a execução do refém americano Peter Kassig e de outros 18 homens apresentados como soldados sírios, afirmou o pai do rapaz ao jornal Daily Mail.

"Não tenho certeza, mas parece ser meu filho", declarou Ahmed Muthana, 57 anos. O britânico em questão seria Nasser Muthana, um estudante de medicina originário de Cardiff (Grã-Bretanha). O jornal britânico publicou fotos capturadas do vídeo mostrando seu rosto. "Ele deve agora viver com medo de Deus por ter matado", afirmou o pai. Indagado pelo jornal se estaria disposto a perdoar o filho pelo que fez, ele foi taxativo: "Não. Ou ele está louco ou há algo de errado".

O Daily Mail também cita Charlie Winter, um especialista do centro de pesquisas Quilliam, que confirma que o rapaz do vídeo se parece com Nasser Muthana. Muthana teria ido para a Síria, onde se encontrou com seu irmão mais novo, Aseel, de 17 anos, segundo a BBC.  "Estou pronto para morrer", teria dito Aseel em uma entrevista oline com a rádio inglesa. Ele acrescentou que não se importava com o que a família e os amigos pensavam dele.

Também nesta segunda-feira, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, declarou que há uma forte probabilidade de que um cidadão francês tenha participado diretamente na decapitação dos prisioneiros sírios. "Pode tratar-se de Maxime Hauchard, nascido em 1992, no noroeste da França, e que partiu para a Síria em agosto de 2013, depois de uma estada na Mauritânia, em 2012", indicou o ministro, baseando-se numa análise do vídeo. A gravação foi divulgada no domingo. O EI reivindica a execução de Peter Kassig, sequestrado em 2013 na Síria, e de 18 soldados do exército nacional sírio.

Segundo Cazeneuve, há "fortes presunções" de que Maxime Hauchard está entre os combatentes extremistas islâmicos que aparecem no vídeo divulgado no final de semana. Ele pediu aos jovens da França que "abram seus olhos para a terrível realidade" do grupo militante.

Cazeneuve disse que as autoridades analisam o vídeo e investigam Hauchard, que tem por volta de 22 anos e é do oeste de Paris. O jovem, que se converteu ao Islã, concedeu uma entrevista à emissora de televisão francesa BFM em julho e disse ter ajudado na captura de Mosul, a cidade iraquiana cuja queda eventualmente fez com que os Estados Unidos retomassem suas operações militares no Iraque.

"Eu faço um apelo solene e sério a todos os nossos cidadãos, principalmente aos jovens que são o alvo principal da propaganda terrorista, que abram seus olhos para a terrível realidade das ações do Daesh", disse Cazeneuve, usando o acrônimo árabe para o nome do grupo. "Eles são criminosos que estão construindo um sistema de barbárie." Cidadãos franceses representam o maior contingente de combatentes jihadistas europeus que se uniram aos extremistas na Síria e no Iraque. Segundo o escritório do promotor de Paris, cerca de 1.100 pessoas foram colocadas sob supervisão e 95 foram indiciadas.

Hauchard, que teria chegado à Síria em 2013, está entre as pessoas sob investigação judicial, informou Cazeneuve. Na entrevista concedida em julho, Hauchard disse estar esperando ansiosamente pela morte. "Do meu ponto de vista pessoal, meu objetivo é ser um mártir", declarou ele.

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