Burkina Faso chega a acordo para fazer eleições em 2015

Burkina Faso chega a acordo para fazer eleições em 2015

Negociação prevê líder da sociedade civil para coordenar transição democrática

AFP

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Opositores e representantes do governo interino de Burkina Faso acertaram, nesta quarta-feira, um calendário de transição política que prevê eleições em novembro de 2015. Apesar do acordo, os negociadores não chegaram a um consenso sobre o nome do líder do governo de transição, acrescentaram as fontes.

A negociação, mediada pelos presidentes de Gana, Senegal e Nigéria, prevê a criação de um "governo de transição durante o período de um ano" e "a realização de eleições presidenciais e legislativas" em novembro de 2015. Os três líderes - o ganense John Dramani Mahama, o senegalês Macky Sall e o nigeriano Goodluck Jonathan - atuaram com uma oposição exaltada após a deposição do presidente Blaise Compaoré, agora no exílio, e o atual mandatário, tenente-coronel Isaac Zida, que promete entregar o poder aos civis.

As partes concordaram em restabelecer a vigência da Constituição (suspensa pelo Exército) e em designar "uma eminente personalidade civil para liderar a transição", mas não chegaram a um nome de consenso. As conversações, em um hotel da capital, foram tensas em certos momentos e representantes da sociedade civil e da oposição chegaram a abandonar a sala para exigir a saída de alguns integrantes da delegação do governo interino ligados ao antigo regime.

O objetivo inicial da reunião era que cada delegação indicasse três nomes de personalidades da sociedade civil para liderar o governo de transição. Esta decisão pertence "ao povo de Burkina Faso", disse o presidente de Gana em breve entrevista coletiva, estimando que "em alguns dias será possível obter um acordo para instalar um governo de transição".

A comunidade internacional pressiona Zida para que a transição ocorra no prazo de quinze dias, sob pena de sanções, advertiu a União Africana. Compaoré renunciou à presidência na sexta-feira passada, após 27 anos no poder, em meio a uma onda de protestos contra uma reforma constitucional que lhe permitiria se perpetuar no poder.

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