Cúpula Europa-África adota medidas de urgência contra escravidão na Líbia

Cúpula Europa-África adota medidas de urgência contra escravidão na Líbia

Entre as providências estão a retirada de urgência dos africanos que quiserem deixar o país

AFP

Entre as providências estão a retirada de urgência dos africanos que quiserem deixar o país

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A 5ª cúpula Europa-África adotou em Abijan uma série de medidas de urgência para combater a escravidão de imigrantes na Líbia, o que deflagrou uma onda de indignação mundial nos últimos dias. Entre as medidas anunciadas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, estão a retirada de urgência dos africanos que quiserem deixar a Líbia, além da
criação de uma força policial específica e de uma comissão investigadora. 

No encontro também se decidiu desenvolver uma campanha de comunicação para dissuadir os jovens africanos que quiserem emigrar. A migração se impôs como tema principal da cúpula euroafricana, após a difusão de imagens de um mercado de escravos na Líbia. Cerca de 80 chefes de Estado e de governo e 5.000 delegados participam da cúpula de Abijan. Os dirigentes conseguiram chegar a um acordo para realizar "operações de evacuação de urgência nos próximos dias, ou semanas", disse Macron.

"Decidiu-se organizar uma cooperação reforçada em matéria de segurança e Inteligência para desmantelar as redes de traficantes", informou o presidente francês. Nesse sentido, será organizada "uma força-tarefa operacional que vai associar os serviços policiais e de Inteligência" para "desmantelar as redes e seu financiamento", acrescentou. Os "traficantes de seres humanos" estão "profundamente vinculados aos traficantes de armas, de drogas e aos movimentos terroristas que operam em toda a faixa sahelo-saariana", completou Macron. 

No final, Macron disse que "é indispensável reconstruir um Estado perene na Líbia". Durante a abertura da cúpula, o presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, pediu aos jovens que não se lancem à aventura da imigração, colocando suas vidas em risco. Cerca de 60% da população africana tem menos de 25 anos e, a cada ano, milhares de jovens desesperados com o desemprego, a pobreza e a ausência de perspectivas buscam emigrar para a Europa.

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