Casa Branca não prevê encontro entre Obama e Fidel

Casa Branca não prevê encontro entre Obama e Fidel

Presidente americano fará visita histórica à ilha em março

AFP

Presidente americano fara visita histórica à ilha em março

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A Casa Branca não tem previsto um encontro entre o presidente Barack Obama e o líder cubano Fidel Castro durante a histórica visita que o chefe de Estado americano fará em março à ilha. Obama visitará Havana em 21 e 22 de março para encontros com o presidente Raúl Castro e representantes da sociedade civil e empresários. O gesto é uma demonstração do avanço reabertura dioplomática entre os dois países.

Mas "não prevemos um encontro com Fidel Castro", disse Ben Rhodes, assessor do presidente americano sobre Segurança Nacional.  Primeiro presidente dos Estados Unidos a visitar a ilha desde 1928, Obama viajará para Cuba acompanhado de sua esposa, Michele. Depois, o líder americano segue para a Argentina. 




Após o anúncio da aproximação entre Washington e Havana, em dezembro de 2014, os dois países restabeleceram as relações diplomáticas em julho de 2015. O secretário de Estado John Kerry viajou a Havana em agosto do ano passado para a reabertura da embaixada americana.


O presidente democrata expressou em diversas ocasiões o desejo de visitar Cuba, mas destacou que não o interessava que isto servisse "apenas para validar o status quo". "O que disse ao governo cubano é que 'se observarmos claramente progressos nas liberdades dos cubanos comuns, ficaria feliz em viajar para colocar estes progressos em evidência'", afirmou Obama em dezembro ao Yahoo! News. "Se vou ao local, está claro que devo poder falar com todos", completou na ocasião.

Ditadura comunista

O anúncio da visita provocou críticas no campo republicano, durante as primárias para as eleições presidenciais de novembro. O pré-candidato republicano à Casa Branca Marco Rubio, nascido em Miami e filho de pais cubanos, afirmou que se fosse presidente não visitaria a ilha enquanto esta não fosse "livre". "Não há eleições em Cuba... Hoje, um ano e dois meses depois da abertura a Cuba, o governo cubano continua sendo tão repressivo como sempre", disse Rubio a CNN, antes de chamar o regime de Havana de "uma ditadura comunista antiamericana".

O senador Ted Cruz, também na disputa republicana, criticou a iniciativa de Obama e lamentou que o presidente "permita que bilhões de dólares sigam para tiranos que detestam os Estados Unidos". Nos últimos 50 anos, centenas de milhares de cubanos emigraram para os Estados Unidos.

Embora os emigrados "políticos" do início da revolução continuem contrários a qualquer aproximação com Havana, muitos imigrantes recentes mantêm fortes vínculos com a ilha e receberam de maneiro muito mais favorável o anúncio do degelo. Em 17 de dezembro de 2014, Obama anunciou de maneira surpreendente a vontade de iniciar um "novo capítulo" com Cuba, constatando o fracasso da política americana de isolamento do regime comunista aplicada durante meio século. "Todos somos americanos", disse Obama em espanhol após uma conversa por telefone com o presidente cubano Raúl Castro.

O 44º presidente dos Estados Unidos pediu repetidamente desde então a normalização das relações, com uma solicitação ao Congresso para retirar o embargo imposto a Cuba por John F. Kennedy em 1962 e severamente reforçado com a lei Helms-Burton de 1996. "Cinquenta anos isolando Cuba não conseguiram promover a democracia e nos fizeram retroceder na América Latina", disse Obama aos adversários republicanos durante seu último discurso do Estado da Nação, há algumas semanas. "Querem reforçar nossa liderança e nossa credibilidade no continente? Admitam que a Guerra Fria terminou. Suspendam o embargo", completou.

Os voos comerciais diários entre Estados Unidos e Cuba, interrompidos durante mais de 50 anos, serão retomados em breve, anunciaram os países esta semana.

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