Casamento gay é liberado em mais cinco estados americanos

Casamento gay é liberado em mais cinco estados americanos

Utah, Indiana, Oklahoma, Virgínia e Wisconsin poderão realizar a cerimônia entre pessoas do mesmo sexo

AFP

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Mais da metade dos norte-americanos vive, a partir de agora, em estados que permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou, nesta segunda-feira, a se pronunciar sobre recursos judiciais feitos nas regiões onde as leis que proibiam o casamento gay haviam sido declaradas anticonstitucionais por tribunais federais de apelação.

Os casais do mesmo sexo poderão se casar em Utah, Indiana, Oklahoma, Virgínia e Wisconsin, o que eleva a 24 o número de estados onde o casamento gay é legal. Ao todo, são 165 milhões de habitantes, cerca de 52% da população. Seis outros estados também serão afetados pela decisão.

Na Virgínia, duas mulheres se tornaram o primeiro casal homossexual a se unir no estado. Em frente ao tribunal de Arlington, um oficial de estado civil revelou o formulário de casamento revisado, no qual as palavras "esposos" substituíram o tradicional "marido" e "mulher". Em Utah e Wisconsin, funcionários públicos foram instruídos a começar a entregar relatórios da união a todos os casais.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse, novamente, que o presidente Barack Obama acreditava ser "um erro impedir que os casais do mesmo sexo pudessem se casar".

Dezenove dos 50 estados do país, além da capital, já haviam reconhecido o casamento gay, depois que o maior tribunal americano decidiu, no ano passado, que o casamento homossexual tem os mesmos direitos e privilégios que o heterossexual.

A organização Human Rights Campaign, que defende em Washington os direitos da comunidade homossexual, explicou que a decisão judicial desta segunda-feira significa que nestes cinco estados os gays "em breve terão a possibilidade de se casar legalmente".

"Hoje é um grande dia para milhares de casais em todos os Estados Unidos, que sentirão imediatamente o impacto da ação tomada pela Suprema Corte", disse o presidente da Human Rights Campaign, Chad Griffin.

A Suprema Corte também decidiu manter as resoluções emitidas em três distritos ou circuitos federais, "o que significa que os casais gays de Virgínia Ocidental, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Kansas, Colorado e Wyoming também poderão se casar em breve".

Os opositores do casamento igualitário lamentaram a decisão da Corte, que marca um novo revés após uma chuva de julgamentos desfavoráveis aos conservadores em todo o país.

"A própria ideia de que o casamento possa ser redefinido pelos tribunais é ilegítima", criticou Brian Brown, presidente da Organização Nacional pelo Casamento (NOM, na sigla em inglês). "O casamento é a união entre um homem e uma mulher, sempre foi assim em toda a história da humanidade e da civilização, e ficará assim mesmo que os juízes digam o contrário".

A maioria dos americanos é favorável ao casamento homossexual, segundo uma pesquisa realizada em setembro pela CBS News/New York Times, com índice de 56% de aprovação.

Rhonda Buckner, 63 anos, e Diane Ullius, 67 anos, foram ao tribunal de Arlington para celebrar a decisão da Suprema Corte. O casamento delas, realizado em 2006, no Canadá, passou a ser legal na Virgínia, estado natal das mulheres.
"O casamento interracial permaneceu ilegal por mais tempo na Virgínia do que em outros estados", explicou Diane. "Nós já estávamos quase perdendo nossas esperanças de podermos casar na Virgínia".

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