Cerca de 150 mil pinguins morrem na Antártida por deslocamento de iceberg
Pesquisadores alertam para risco de desaparecimento da espécie do Cabo Denison nos próximos 20 anos
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A população de pinguins de Adelia no Cabo Denison da baía era de 160 mil em fevereiro de 2011, mas em 2013 caiu para 10 mil. Com a chegada do iceberg, as aves tiveram que iniciar uma viagem de 60 km para encontrar comida, segundo os investigadores da Universidade de New South Wales, do Centro de Investigação sobre Mudança Climática e do Fundo da Nova Zelândia West Coast Penguin.
Os pesquisadores alertam para o risco de que os pinguins desapareçam completamente do Cabo Denison nos próximos 20 anos. Durante o censo realizado em dezembro de 2013, os pesquisadores encontraram "centenas de ovos abandonados".
Os pinguins observados eram "muito dóceis, letárgicos, quase não estavam conscientes de sua presença", disse Chris Turney, à frente da expedição, ao jornal Sydney Morning Herald. "Eles apenas estão sobrevivendo, e não têm condições de incubar a próxima geração. Vimos muitas aves mortas no chão. Foi devastador", contou Turney.
Por outro lado, os estudiosos afirmam que os pinguins que vivem no lado oriental da baía, apenas 8 km de onde o gelo fica, estão em boas condições. O gelo ao redor da Antártida está aumentando, ao contrário do que acontece no Ártico, onde o aquecimento global está causando o derretimento. Os cientistas acreditam que as mudanças no vento e as condições locais estão por trás do fenômeno no local.