Chavistas invadem Parlamento venezuelano durante debate sobre referendo
Presidente da Assembleia Nacional orientou os agentes a retirar os manifestantes
publicidade
"Grupos violentos estranhos à Câmara... Têm de ser retirados, que deixem a plenária", disse o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, da tribuna.
Deputados governistas ajudaram a conter os simpatizantes de Maduro, os quais, com bandeiras venezuelanas e gritando palavras de ordem, conseguiram entrar à força na parte baixa do plenário e nos jardins da sede parlamentar, situada na zona histórica de Caracas.
Ramos Allup suspendeu a sessão imediatamente e convocou o líder da bancada do governo, Héctor Rodríguez, para uma reunião sobre essa situação irregular.
Desde antes da abertura dos trabalhos, grupos de chavistas cercavam o prédio por conta da sessão especial convocada pela oposição para avaliar ações para "restituir a ordem constitucional e democrática", segundo a agenda.
No início do debate, Ramos Allup afirmou que a sessão poderia até discutir a abertura de um "julgamento político" contra Maduro. Após várias intervenções, o tema ainda não havia sido abordado até o momento.
Os deputados mencionaram um "abandono do cargo" por parte de Maduro, que está no Oriente Médio, assim como o delicado tema da suposta dupla nacionalidade - venezuelana e colombiana - do presidente. Essa condição poderia torná-lo inabilitado para exercer o cargo.
A suspensão do referendo aumentou a tensão política no país, que também enfrenta uma profunda crise econômica, com severa escassez de alimentos e de remédios.
A opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou a sessão parlamentar de hoje, depois que o Conselho Nacional Eleitoral adiou por tempo indeterminado a coleta de quatro milhões de assinaturas - mínimo exigido neste último passo antes do referendo.