China promete "ações militares direcionadas" em reposta à visita de Pelosi a Taiwan

China promete "ações militares direcionadas" em reposta à visita de Pelosi a Taiwan

País afirma que viagem de presidente da Câmara dos EUA ataca sua soberania nacional

AFP

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O exército chinês prometeu nesta terça-feira lançar "ações militares direcionadas" em resposta à visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, em desafio aberto à China. "O Exército de Libertação Popular está em alerta máximo e lançará uma série de ações militares direcionadas para combater isso, defender a soberania nacional e a integridade territorial e impedir a interferência externa e as tentativas separatistas de 'independência de Taiwan'", disse o porta-voz do ministério da Defesa, Wu Qian, em um comunicado.

Ao desembarcar em Taiwan nesta terça-feira, Pelosi foi recebida pelo ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu. "A visita de nossa delegação do Congresso a Taiwan honra o compromisso inabalável dos Estados Unidos em apoiar a vibrante democracia de Taiwan", disse Pelosi. Afirmou também que sua viagem "de forma alguma" contradiz a política oficial dos EUA, que reconhece "uma China" e não reconhece oficialmente Taiwan como um Estado independente. 

A Rússia expressou "solidariedade absoluta" a sua aliada China, um gesto que responde ao fato de Pequim ter se recusado a condenar a invasão russa da Ucrânia. "Tudo o que está relacionado com esta viagem e uma possível visita a Taiwan é pura provocação. Isto agrava a situação na região e aumenta as tensões", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Imagem: Maria-Cecilia Rezende, Valentin Rakovsky / AFP / CP 

Embora a Casa Branca enfrente uma situação delicada com a viagem, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse que Pelosi "tem o direito" de visitar Taiwan. "Não há motivo para que Pequim transforme uma possível visita, coerente com a política americana há tempos, em uma crise", insistiu.

Kirby citou relatórios do serviço de inteligência segundo os quais a China prepararia possíveis demonstrações de força militar que poderiam incluir o lançamento de mísseis no Estreito de Taiwan ou incursões de "grande escala" no espaço aéreo taiwanês. Diante do cenário, o ministério da Defesa de Taiwan afirmou nesta terça-feira que o território está "decidido, capaz e confiante" de que conseguirá proteger a ilha das crescentes ameaças da China.


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