China registra maior número de contágios de Covid-19 em seis meses

China registra maior número de contágios de Covid-19 em seis meses

Quase metade das infecções é na província de Guangdong

AFP

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A China registrou nesta segunda-feira o maior número de contágios de Covid-19 em seis meses, apesar dos confinamentos que afetam a indústria, as escolas e a vida cotidiana. O país registrou mais de 5,6 mil novos casos de coronavírus em 24 horas, quase metade deles na província de Guangdong, um centro de manufatura no sul do país com vários portos comerciais.

O governo de Pequim acabou no fim de semana com as esperanças de uma possível flexibilização da rígida política de 'covid zero', que inclui confinamentos, quarentenas e testes em larga escala para conter, inclusive, o menor surto de contágios.

Uma onda de crises ligadas aos confinamentos, com moradores que reclamando de condições inadequadas, falta de alimento e atrasos no atendimento médico, abalaram a confiança da população nas medidas.

Em Pequim, foram detectados quase 60 novos contágios, o que provocou o fechamento de escolas no distrito de Chaoyang. Algumas empresas também pediram aos funcionários que retornassem ao teletrabalho.

E tudo acontece apesar do anúncio das autoridades da cidade, feito nesta segunda-feira, de que os recentes "surtos sucessivos" foram "controlados de maneira efetiva".

Um confinamento na maior fábrica de iPhones do mundo, em Zhengzhou, levou a Apple a advertir no domingo que a produção foi "impactada temporariamente" e que os clientes deverão enfrentar atrasos na entrega dos pedidos. "A fábrica (de Zhengzhou) opera atualmente em uma capacidade significativamente reduzida", afirmou a Apple em um comunicado.

O grupo de tecnologia taiwanês Foxconn, que administra a fábrica, revisou para baixo seu lucro trimestral devido ao confinamento.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou no sábado a manutenção da política de 'covid zero', acabando com os rumores de que Pequim flexibilizaria a rígida política de saúde. Vários incidentes, no entanto, diminuem o apoio da opinião pública chinesa à estratégia.

O suicídio de uma mulher de 55 anos na cidade de Hohhot, na Mongólia Interior, provocou muitos protestos no fim de semana, depois que as autoridades admitiram que os protocolos de confinamento provocaram um atraso na resposta de emergência.

A região registra um grande foco desde o fim setembro, quando foi detectada pela primeira vez uma nova variante da ômicron. Pouco antes de a mulher pular de uma janela, seus familiares informaram às autoridades da região que ela sofria de um transtorno de ansiedade e havia demonstrado intenções suicidas.

E na quinta-feira passada, as autoridades chinesas tiveram que pedir desculpas após a morte de um menino de três anos privado de cuidados médicos devido às medidas drásticas de saúde.

Imagens que viralizaram nas redes sociais na terça-feira mostraram moradores de Lanzhou (noroeste) tentando desesperadamente reanimar uma criança após intoxicação por monóxido de carbono. Em mensagem, seu pai reclamou da lentidão da chegada de ajuda e que não havia conseguido sair de sua residência devido ao confinamento da cidade. Alguns moradores expressaram sua indignação.


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