China remove pangolim da lista de medicamentos tradicionais

China remove pangolim da lista de medicamentos tradicionais

Mamífero mais traficado no mundo é considerado por alguns cientistas como o possível hospedeiro do novo coronavírus que surgiu em um mercado na cidade de Wuhan no ano passado

R7 e Correio do Povo

Suas partes do corpo são caras no mercado ilegal porque são comumente usadas na medicina chinesa, embora cientistas digam que não têm valor terapêutico

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A China removeu na terça-feira os pangolins de sua lista de remédios tradicionais, segundo informações do jornal chinês Health Times. A decisão foi tomada após as autoridades do país elevarem ao nível máximo a proteção da espécie na semana passada. Na recém-publicada edição de 2020 da "Farmacopeia Chinesa", outros três elementos – Aristolochia, Tianxianteng e pílulas de Yanggan Huanglian –, não foram incluídos. A razão pela qual os últimos não estão listados é porque a receita contém areia noturna (fezes de morcego).

O aumento dos níveis de proteção ao pangolim, a formulação de planos de proteção e o fortalecimento da luta contra a caça e o comércio ilegal são defendidos há muitos anos por entidades ligadas à vida animal. “Atualizar o nível de proteção dos pangolins é uma situação urgente e uma tendência geral”, afirmou o Dr. Sun Quanhui, consultor científico sênior do Escritório da China da Associação Mundial de Proteção Animal.

"A China agiu muito rapidamente para fechar os mercados de vida selvagem e é uma ótima notícia que eles agora deram a seus pangolins o mesmo status de proteção que o panda. Esperamos que isso acelere o fim das vendas legais de escamas de pangolim o mais rápido possível”, disse Peter Knights, CEO da WildAid, entidade que atua na proteção da vida animal, ao site da instituição.

A pandemia de Covid-19 colocou o pangolim em evidência quando pesquisas científicas sugeriram que o pangolim seriam o hospedeiro intermediário que transmitiu o novo coronavírus aos seres humanos. Segundo dados da WildAid, cerca de 200 mil pangolins são mortos todos os anos em países na Ásia para o consumo da carne e para o uso de suas escamas em medicamentos caseiros. 

Eles são os mamíferos mais traficados do mundo e são vendidos principalmente em mercados de países asiáticos. A partir de agora, quem for pego caçando, matando, contrabandeando ou comercializando pangolins pode ser condenado a até 10 anos de prisão.

 


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