China vive pressão depois que a OMS voltou a citar a tese de fuga da Covid-19 de laboratório

China vive pressão depois que a OMS voltou a citar a tese de fuga da Covid-19 de laboratório

Coordenador dos cientistas chineses que colaboraram para relatório disse não compreender hipótese levantada por Tedros Adhanom Ghebreyesus

AFP

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A China estava sob pressão nesta quarta-feira (31), depois que o diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a citar a tese de uma possível fuga do vírus da Covid-19 de um laboratório chinês. Em uma entrevista coletiva, Liang Wannian, coordenador dos cientistas chineses que colaboraram no relatório preparado pelos especialistas designados pela OMS sobre a origem do coronavírus, expressou incompreensão com as declarações de Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Não entendo a visão dele das coisas porque é uma área que nos afeta, os cientistas", disse.

Ghebreyesus não comentou o pedido do diretor da OMS para o envio de uma nova missão de investigação ao país, assegurando apenas que os cientistas chineses continuarão colaborando com os colegas estrangeiros.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, que já foi acusado de ser muito complacente com Pequim, surpreendeu na terça-feira ao pedir mais investigações sobre a teoria de que o coronavírus pode ter escapado do Instituto de Virologia de Wuhan, a cidade do centro da China onde a covid-19 foi detectada no fim de 2019.

Em seu relatório publicado esta semana, os especialistas internacionais enviados a Wuhan pela OMS em janeiro praticamente descartam a possibilidade. O documento considera "extremamente improvável" que o vírus proceda de um laboratório.

Em outra entrevista coletiva, a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying, repetiu parte do relatório. "Eles (os especialistas) acreditam que uma fuga no laboratório de Wuhan é extremamente improvável", afirmou. Também pediu à comunidade científica que investigue outras partes do mundo, não apenas a China.

A tese de que o vírus saiu do laboratório de Wuhan foi defendida pelo governo do ex-presidente americano Donald Trump, com base em informações do serviço de inteligência. A China sempre negou a possibilidade.


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