Christine Lagarde anuncia disputa à releição para Diretoria-Geral do FMI
Dirigente foi indiciada por suspeita de negligência na gestão de fundos públicos
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"Continuo convicta de que atuei no interesse do Estado, de acordo com a lei”, destacou Christine, citada pela agência EFE, numa referência ao caso em que está indiciada por suspeita de “negligência” na gestão de fundos públicos por ter concedido uma indenização multimilionária do Estado ao empresário Bernard Tapie, em 2007, quando estava à frente da pasta das Finanças.
Christine adiantou que já recebeu apoio “da França, do Reino Unido, da Alemanha, China, Coreia (e) do México”, assim como declarações “extremadamente elogiosas” do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e do seu secretário do Tesouro, Jack Lew, que afirmou “esperar continuar a trabalhar” com ela.
Apoio francês
O governo francês, sem se referir diretamente à eventualidade de um novo mandato de Christine à frente do FMI, manifestou, por meio do primeiro-ministro, o socialista Manuel Valls, apoio àquela que foi ministra das Finanças de Nicolas Sarkozy.
Questionado na quinta-feira, no Fórum Econômico de Davos, em que participou, se apoiaria Christine caso ela se recandidatasse, Valls respondeu que o seu ministro das Finanças, Michel Sapin, se pronunciaria em breve sobre o assunto. “Tudo o que posso dizer hoje é que as autoridades francesas apoiam Christine Lagarde e têm nela uma grande confiança”, afirmou.
Relativamente à revisão em baixa das previsões de crescimento do FMI, divulgadas na terça-feira passada, a diretora executiva considerou que “não são catastróficas” e acrescentou que, em relação ao ano passado, é antecipada uma aceleração do ritmo em 2016 (3,4%) e em 2017 (3,6%).
Respondendo aos que alertam para o risco de formação de bolhas financeiras, Christine defendeu a manutenção das políticas de juros baixos e de injeção de liquidez por parte do Banco Central Europeu, do Banco de Inglaterra ou do Banco Central de Japão, porque “os preços estão extremamente baixos”.
Contudo, destacou que “a política monetária não pode por si só” solucionar os problemas e que, a par das iniciativas dos bancos centrais, fazem falta políticas orçamentais e reformas.