Cidade dos EUA devastada por tornado inicia reconstrução

Cidade dos EUA devastada por tornado inicia reconstrução

Comunidade de Moore perdeu 24 pessoas na passagem de fenômeno

AFP

Rastro de destruição foi deixado pelo tornado em Oklahoma

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Diante de um panorama de completa destruição, os moradores da localidade de Moore, em Oklahoma, nos Estados Unidos, iniciaram nesta quarta-feira a dura tarefa de reconstrução da comunidade devastada há dois dias por um tornado que deixou pelo menos 24 mortos, incluindo nove crianças, e centenas de feridos.

• Veja imagens impressionantes da passagem do tornado

As autoridades informaram que a maioria dos corpos foram recuperados dos escombros do que era uma localidade suburbana de Oklahoma City, que viu duas escolas e áreas inteiras destruídas. Após as grandes divergências dos números de vítimas, o chefe de polícia de Oklahoma City, Bill Citty, disse em uma entrevista coletiva que 20 pessoas faleceram em Moore e quatro em outras localidades.

O gabinete da governadora de Oklahoma, Mary Fallin, informou que o tornado deixou 353 feridos, sendo 148 com cortes e contusões por objetos arremessados, 85 atingidos por escombros e quatro golpeados por veículos deslocados pelo vento de mais de 300 km/h.

Visita de Obama no domingo


Mais de 100 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros, disse Terri Watkins, do Departamento de Gestão de Emergências de Oklahoma. De acordo com as autoridades, pelo menos 237 pessoas ficaram feridas. O presidente Barack Obama "viajará no domingo para a região de Oklahoma City para acompanhar as operações", revelou o porta-voz Jay Carney.

Obama "se reunirá com famílias afetadas e agradecerá aos membros dos serviços de socorro", acrescentou Carney, lembrando que "o presidente pediu que sua administração forneça todos os recursos à disposição (do Estado federal) para apoiar as operações dirigidas pela governadora (Fallin) e sua equipe".

O presidente, que declarou estado de desastre na região, lamentou a devastação provocada pelo tornado e prometeu estar ao lado da população afetada nos esforços de resgate e reconstrução. "A população de Moore deve saber que seu país estará no local ao lado deles o tempo necessário para reconstruir suas casas e escolas", afirmou Obama.

População em choque

A população local permanece chocada com a tragédia. "É irreal. É tão visceral", afirmou o contador Roger Graham, de 32 anos, enquanto remexia nas ruínas da casa de três quartos em que morava com a esposa Kalissa, professora, para tentar recuperar algo.

Curtis Carver, de 38 anos, veterano do Corpo de Marines que serviu por dois anos no Iraque, descreveu Moore, sua cidade natal, como uma "zona de guerra", enquanto aguardava em um posto de controle policial a autorização para recuperar alguns objetos dos escombros de sua casa. "Era minha casa, a casa dos meus filhos", disse Carver.

Os dois filhos do ex-marine escaparam ilesos, mas Carver não recebeu permissão para avançar, já que sua casa está em uma área ainda considerada muito perigosa. "Agora não está. Não resta nada. É uma pilha de madeiras", resumiu.

Tornado potente


O tornado atingiu o nível EF-5, o mais potente na escala de magnitude do fenômeno, com ventos de mais de 320 km/h, disse a integrante do Laboratório de Tempestades Severas, Kelly Pirtle.

O tornado de dimensões históricas, de três quilômetros de largura, arrasou na tarde de segunda-feira a cidade de Moore, de 55 mil habitantes, levando tudo em sua passagem, carros, casas, postes de energia elétrica, além de ter provocado incêndios pontuais em um fenômeno que durou 45 minutos.

O epicentro da tragédia foi a escola primária Plaza Towers, onde os aterrorizados professores e alunos seguiram para os corredores e banheiros. Algumas crianças, no entanto, faleceram na tragédia. "Eu só ouvia pessoas gritando e chorando", disse Claire Gossett, de 11 anos, ao jornal New York Times. "Parecia que a escola estava voando", completou a menina.

Boa parte dos escombros consistem em pedaços de madeira de menos 30 cm de comprimento e outras partes de material de construção. Os objetos grandes são escassos e muito dispersos. Oklahoma City fica no chamado "Corredor dos Tornados", que vai de Dakota do Sul ao centro do Texas, uma região particularmente vulnerável ao fenômeno.


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