Cientistas tentam decifrar bactéria que matou 19 pessoas

Cientistas tentam decifrar bactéria que matou 19 pessoas

Doze países já registraram casos de contaminação, mas todos estão relacionados à Alemanha

AFP

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Os cientistas seguem trabalhando neste sábado para tentar identificar o tipo fatal da bactéria E. coli que já contaminou milhares e matou 19 pessoas na Europa – 18 delas na Alemanha. De acordo com os jornais alemães, a bactéria teria causado a morte de uma 19ª pessoa em Brandeburgo, no noroeste do país. Mas a vítima, um homem de 50 anos, sofria com várias outras infecções que não permitem acusar diretamente a E. coli entero-hemorrágica.

Esta bactéria fatal foi identificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma forma rara Escherichia coli (0104:H4). O tipo era conhecido, afirmou a OMS, mas esta foi a primeira vez que ela foi detectada em uma epidemia.

De acordo com a OMS, 12 países já registraram casos de contaminação pela E. coli, que provoca hemorragias no sistema digestivo e, nos casos mais graves, problemas renais (síndrome urêmica hemolítica). Todos os pacientes estariam relacionados de alguma forma à Alemanha.

No entanto, o vetor da contaminação - que afeta em particular as mulheres - ainda é um mistério. Ainda que as hortaliças tenham sido prontamente acusadas de causarem a doença, esta hipótese ainda não foi confirmada.

De acordo com o laboratório europeu de referência para a E. coli, as análises não permitem verificar que alimentos provocaram as contaminações. "O alarme disparado contra o consumo de verduras é injustificado, uma vez que as análises laboratoriais não confirmaram que hortaliças contaminadas causaram a epidemia", informou o laboratório em um comunicado ontem.

O laboratório, vinculado ao Instituto Superior da Saúde de Roma, desaconselhou o uso de antibióticos pra combater a doença, pois até agora os tratamentos não se mostraram eficazes para controlar o mal. "Para esta infecção em particular não aconselhamos a terapia antibiótica. Ela inclusive pode ser contra-produtiva, causando um aumento da emissão de toxinas", justificou.

A única certeza por enquanto é que o foco da epidemia se encontra no norte da Alemanha, onde foram registradas as maiorias das mortes. Isto não significa, no entanto, que a bactéria seja originária desta região.

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