Cinco semanas depois de Idai, novo ciclone atinge Moçambique

Cinco semanas depois de Idai, novo ciclone atinge Moçambique

Kenneth deixou um morto, de acordo com fontes oficias

Correio do Povo e AFP

Desta vez, danos foram mais materiais

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Devastado há pouco mais de um mês pelo ciclone Idai, Moçambique, no Sul da África, foi mais uma vez atingido por um ciclone tropical, na tarde de quinta-feira. Nomeado Kenneth, ele deixou um morto no país, além de ter provocado vários danos materiais. Com ventos próximos de 200 km/h e rajadas de aproximadamente 280 km/h no momento do impacto, o novo fenômeno climático extremo afetou o norte do país, depois de se ter formado em Madagáscar e ter causado a morte de pelo menos três pessoas no arquipélago das Comores na quarta. "Foi um ciclone de categoria 3. O Idai foi pior, era de de categoria 4", afirmou o porta-voz do Instituto Nacional de Meteorologia, Acacio Tembe.

O óbito em Moçambique foi registrado após a queda de um coqueiro em Pemba, a principal cidade da região norte e capital da província de Cabo Delgado, informou Antonio Beleza, do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGC). Na ilha de Ibo, onde vivem 6 mil pessoas, 90% das casas foram destruídas, informou o funcionário. Antes da chegada do ciclone, os moradores da ilha buscara refúgio na fortaleza da localidade com mantimentos, informou a suíça Lucie Amr, proprietária de um hotel na região. "Não espero encontrar meu hotel inteiro", lamentou.

Nesta sexta-feira, o Kenneth provocava ventos de 70 km/h no máximo, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, que rebaixou o fenômeno para tempestade tropical. A previsão do tempo indica fortes chuvas para as próximas 24 horas, o que provoca o temor de inundações e deslizamentos de terra em Cabo Delgado, na fronteira com a Tanzânia, cenário desde 2017 de uma insurreição islamita. A passagem do Idai pelo centro de Moçambique em março provocou mais de 600 mortes no país e quase 1 mil vítimas fatais nesta região da África. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas.

Fechado desde a quarta-feira à noite, o aeroporto deve reabrir em breve, para facilitar a chegada da ajuda humanitária. "No nosso nível, temos 564 toneladas de alimentos pré-posicionados com antecedência, e enviamos a equipe de logística e telecomunicações para Pemba já na quarta-feira", disse a porta-voz do Programa Alimentar Mundial, Deborah Nguyen. A incerteza agora é o risco de inundações, enquanto quase um metro de chuva é esperado para os próximos dias, o que, no caso de Idai, provou ser significativamente mais mortal do que o ciclone em si.


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