Colin O'Brady é primeiro a atravessar Antártida sem assistência
Aventureiro dos EUA usou trenó especial para fazer travessia de Norte a Sul
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O'Brady e o britânico Army Captain Louis Rudd, de 49 anos, saíram individualmente em 3 de novembro da geleira Union, na Antártica, para ver quem conseguia completar a façanha de cruzar a pé, só e sem ajuda o continente gelado. Em 1996-97, um explorador norueguês, chamado Borge Ousland, atravessou pela primeira vez a Antártica sozinho, mas recebeu ajuda de terceiros, sendo impulsionado com velas ao longo de sua travessia.
O'Brady e Rudd, por sua vez, usaram trenós, chamados pulks, que pesam 180 quilos. O'Brady chegou ao polo sul em 12 de dezembro, o 4º dia de sua travessia. Nesta quarta-feira, chegou à meta, no ponto Ross Ice Shelf do Oceano Pacífico, após percorrer um total de 1.482 km.
Rudd o segue com um ou dois dias de distância. O'Brady percorreu os últimos 125 quilômetros em 32 horas após decidir, enquanto tomava o café da manhã, fazer a última etapa de uma vez. "Enquanto fervia a água para preparar meu café da manhã, uma pergunta aparentemente impossível surgiu na minha mente", escreveu O'Brady no Instagram. "Me perguntei: seria possível fazer o caminho que me resta até a meta de uma só vez?"
"Enquanto amarrava as botas, o plano impossível tinha se tornado um objetivo consolidado", disse. "Vou fazer um esforço e tentar percorrer os quilômetros que me faltam de uma vez". O jornal The New York Times descreveu o esforço de O'Brady como um dos "feitos mais notáveis da história polar", à altura da "corrida para conquistar o Polo Sul", do norueguês Roald Amundsen e do inglês Robert Falcon Scott em 1911.
Em 2016, um oficial do Exército inglês, o tenente-coronel Henry Worsley, tentou realizar a mesma proeza, mas morreu buscando terminar a travessia sem assistência.