Com guerra na Ucrânia, África enfrenta crise "sem precedentes"

Com guerra na Ucrânia, África enfrenta crise "sem precedentes"

Aumento da inflação é registrado, especialmente, na África do Sul, Zimbábue e Serra Leoa

AFP

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A África enfrenta uma crise "sem precedentes" provocada pela invasão russa da Ucrânia, especialmente pelo aumento dos preços dos produtos alimentícios e do combustível, alertaram dois responsáveis do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) nesta sexta-feira (6).

A invasão da Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro e as sanções impostas à Rússia afetaram muito os países africanos, já assolados pelas consequências da pandemia de Covid-19 e da crise climática. "É uma crise sem precedentes para o continente", destacou o economista-chefe da PNUD África, Raymond Gilpin, em coletiva de imprensa em Genebra, Suíça.

Gilpin, em videoconferência em Nova York, destacou o aumento da inflação registrado, especialmente, na África do Sul, Zimbábue e Serra Leoa. O economista indicou que espera "uma queda do crescimento econômico no continente, que deveria aumentar levemente este ano após a Covid-19, porque o crescimento das exportações será de 4% e não de 8,3%, como se previa".

Portanto, milhões de famílias teriam dificuldades financeiras, o que poderia desencadear uma onda de descontentamento social. "Vemos a possibilidade de tensões em pontos quentes como Sahel, algumas partes da África central e o chifre da África", disse Gilpin.

Muitos países africanos dependem da Rússia e Ucrânia para se alimentar, dois importantes exportadores de trigo, milho, canola e óleo de girassol. "Em alguns países africanos, até 80% do trigo vinha da Rússia e da Ucrânia", afirmou Ahunna Eziakonwa, subsecretária geral das Nações Unidas e diretora regional do escritório da PNUD para a África.


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