"Comissão da saia" cobra Papa sobre as mulheres na Igreja

"Comissão da saia" cobra Papa sobre as mulheres na Igreja

Presidente do movimento católico criticou alguns pontos dos pronunciamentos de Francisco

AFP

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A presidente da "Comissão da saia", Anne Soupa, expressou nesta sexta-feira decepção e  esperança sobre os pronunciamentos do Papa Francisco em relação as mulheres na Igreja. A francese, que lidera o movimento católico fundado em 2009, cobrou maior reconhecimento do sexo feminino em entrevista à agência Vatican I.Media.

"Dizer que as mulheres precisam ser valorizadas sugere que a Igreja ainda nos vê como pobres mulheres. Quando vão abrir os olhos para ver que é toda a Igreja que sofre com essa exclusão? Entre outros crimes, ela força os homens a viver entre outros homens, quando muitos se queixam", observou.

Francisco prometeu "expandir os espaços para uma presença feminina mais incisiva (...) nos vários locais onde as decisões importantes são tomadas". "É com alívio e prazer" que Soupa diz ter recebido essas palavras.

Na véspera do Dia Mundial da Mulher, a católica francesa ironiza a "evidência de que os homens são a norma e as mulheres uma espécie diferente sobre a qual deveria haver estudos". Segundo ela, a Igreja não "reconhece a contribuição das mulheres. As mulheres são metade da humanidade. Na Igreja, elas devem se sentir em casa, e não como convidadas para um clube masculino", diz indignada.

Questionada sobre os elogios feitos por Francisco ao gênio feminino, Soupa observou que "fazer muitos elogios também é uma maneira de tornar a gaiola mais dourada para o pássaro esquecer. Mais evidente fica a injustiça contra as mulheres, quando o discurso magisterial é mais elogioso".

"Na Igreja, as mulheres são o equivalente a pessoas privadas de seus direitos civis. Elas não fornecem a cura para a alma, não têm autoridade nem títulos reconhecidos, são inaptas para a homilia, não emitem Sacramentos, não governam, não contribuem para a doutrina e não elegem o Papa. As mulheres preenchem a Igreja, mas não têm força nela. E não são alguns compromissos cosméticos que vão apagar este escândalo", acrescentou à I.Media.


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