Confronto entre policiais e manifestantes deixa dois mortos no Peru

Confronto entre policiais e manifestantes deixa dois mortos no Peru

Vários ficaram feridos nos protestos pela volta do presidente Castillo

AFP

Protestos surgiram em diversos pontos do país

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Um confronto entre policiais e manifestantes que protestam contra o novo governo do Peru na cidade de Andahuaylas deixou dois mortos e diversos feridos, informou a polícia. "Lamentamos as mortes e enviamos nossos pêsames aos familiares por esse fato", destacou comunicado policial.

Segundo a Defensoria do Povo, uma das vítimas fatais foi um adolescente que participava das manifestações sociais contra a deposição de Pedro Castillo e as ações da nova presidente, Dina Boluarte.

Dois dias após sua fracassada tentativa de golpe, Castillo se encontra no mesmo centro de detenção que o ex-presidente Alberto Fujimori, na base das forças especiais da polícia, localizada ao leste de Lima. O Ministério Público acusa-o de rebelião e conspiração, e um tribunal superior ordenou que fique sete dias em prisão preventiva.

Nas ruas, as manifestações se mantêm pelo segundo dia e alimentam a incerteza ligada à possibilidade de Dina Boluarte conseguir concluir seu mandato em 2026, como ela mesma anunciou ao tomar posse, na quarta-feira.

Em Lima, centenas de pessoas saíram em passeata exigindo a libertação de Castillo. "Votei nele, este Congresso não nos representa, queremos a sua liberdade", disse à AFP Maribel Quispe. "Queremos que fechem este Congresso corrupto e libertem Castillo. Ele decidiu fechar o Congresso porque não o deixavam trabalhar", protestou Sara Medina.

Dezenas de policiais fecharam as avenidas que levam ao Parlamento para impedir a passagem dos manifestantes, que queimaram cartazes com a imagem da presidente Dina, aos gritos de "golpista!". As manifestações se repetiram no interior do país, onde dezenas de pessoas bloquearam pelo segundo dia diferentes trechos da rodovia Pan-Americana Sul com pedras, troncos e pneus em chamas, exigindo eleições gerais e o fechamento do Congresso.

A Defensoria do Povo fez um apelo "à tranquilidade e à responsabilidade a todos os cidadãos".

Depois de anunciar a dissolução dos poderes e declarar estado de exceção na quarta-feira, Castillo foi detido por sua própria escolta quando se dirigia à embaixada mexicana em Lima para pedir asilo político. O governo do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, seu ferrenho defensor, disse que está em consultas com o novo governo peruano para conceder-lhe asilo, informou o chanceler Marcelo Ebrard.

O Peru, no entanto, manifestou hoje que considera "uma interferência" do México as opiniões de autoridades mexicanas sobre sua situação política.


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