Confrontos em presídios do Equador deixam 21 mortos e 66 feridos

Confrontos em presídios do Equador deixam 21 mortos e 66 feridos

Violência ocorre por cauda da disputa de poder entre gangues vinculadas ao tráfico de drogas

AFP

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Ao menos 21 pessoas morreram e 61 ficaram feridas, além de cinco policiais também feridos, após confrontos desde segunda-feira em dois presídios do Equador. Com isso, subiu a quase 400 o número de mortos em massacres carcerários desde o ano passado por causa da disputa de poder entre gangues vinculadas ao tráfico de drogas.

Os recentes confrontos entre presidiários ocorreram em dois dos principais presídios equatorianos. No presídio Guayas 1 do porto de Guayaquil, os confrontos que começaram na quarta-feira deixaram cinco mortos e 23 feridos, segundo informações da entidade estatal encarregada das prisões, a SNAI, nesta quinta-feira.

"As instituições de segurança continuam com seus trabalhos no Centro Penitenciário", afirmou o órgão no Twitter. Uma força de 900 policiais e militares foi enviada ao presídio para conter a revolta.

O Ministério do Interior anunciou, por sua vez, que "o controle foi recuperado" na prisão de Guayaquil, na qual um posto de comando junto com a força pública permanecem ativos "para monitorar a situação e garantir a ordem". Na segunda e terça-feira também ocorreram confrontos entre detentos na prisão da cidade de Latacunga, no centro andino do Equador, deixando 16 presos mortos, a maioria desmembrados, e 43 feridos.

Neste caso, a violência teria se originado pelo assassinato de Leandro Norero, um traficante de drogas de 36 anos conhecido como "El Patrón", que foi detido em maio e era procurado pelo Peru. O ministro do Interior, Juan Zapata, afirmou na terça-feira que a provável morte de Norero, que ainda não foi confirmada, poderia desencadear novos confrontos entre os detentos.

Tiros contra policiais

Entre os feridos em Guayas 1 estão cinco agentes penitenciários, que foram agredidos "com armas de fogo ao intervir para restabelecer a ordem", segundo a polícia, que divulgou um vídeo em que um agente ferido é visto ao ser evacuado do local por companheiros.

Nos centros de detenção, gangues como Los Chone Killers, Los Choneros, Los Lobos e Los Tiguerones administram o tráfico de drogas. As organizações, que têm ligações com cartéis mexicanos, lutam pelo domínio do negócio a sangue e fogo.

Em apenas um massacre, 122 prisioneiros morreram em Guayas 1 em setembro de 2021, um dos mais atrozes da América Latina. Três outros assassinatos também ocorreram lá.

Os confrontos que eclodiram na quarta-feira em Guayas 1 envolveram detentos de três dos doze pavilhões que abrigam cerca de 6.900 presos e que fazem parte de um grande complexo prisional de cinco prisões em Guayaquil, onde estão localizadas 13.100 pessoas, o que representa uma superpopulação de 20%.

As penitenciárias equatorianas têm capacidade para cerca de 30.200 pessoas, mas há 32.400 detentos, segundo dados divulgados na quarta-feira pelo SNAI.


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