Conheça os principais pontos da investigação da invasão do Capitólio dos EUA

Conheça os principais pontos da investigação da invasão do Capitólio dos EUA

Comitê que investiga a responsabilidade do ex-presidente Donald Trump no ataque apresenta suas conclusões nesta segunda

AFP

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Após um ano e meio de audiências e mais de 1.000 depoimentos, o comitê que investiga a responsabilidade do ex-presidente Donald Trump no ataque de seus apoiadores no início de 2021 contra o Capitólio dos Estados Unidos apresenta suas conclusões nesta segunda-feira (19).

Em uma audiência pública marcada para as 13h locais (15h, horário de Brasília), os membros do comitê da Câmara que investiga os eventos de 6 de janeiro do ano passado apresentarão os oito capítulos de sua extensa investigação e devem recomendar um julgamento.

A seguir, alguns dos principais elementos da investigação:

"Tentativa de golpe"

Formada por sete democratas e por dois republicanos, a comissão devia esclarecer as ações do ex-presidente antes e durante o dia 6 de janeiro de 2021, quando os pilares da democracia americana foram abalados.

A investigação procurou provar que a rejeição de Trump aos resultados das eleições de novembro de 2020 não foi apenas um acesso de raiva do perdedor, mas sim parte central de uma estratégia cuidadosa para desafiar a Constituição e manter o poder.

Trump esteve "no centro" de "uma tentativa de golpe", comentou o chefe do comitê, o legislador Bennie Thompson.

Pressão sobre o vice-presidente

Em uma série de audiências, o Comitê assegurou que era impossível Trump não saber que havia perdido a eleição para Joe Biden.

Suas teorias de "fraude eleitoral" não convenceram vários membros de seu círculo íntimo, incluindo conselheiros, seu procurador-geral e até mesmo sua própria filha Ivanka, que testemunhou perante o comitê.

Na tentativa de invalidar a eleição presidencial, Trump pressionou as autoridades eleitorais, especialmente nos estados da Geórgia e do Arizona. A comissão revelou a extensão dessa intimidação, convidando vários deles para testemunharem pessoalmente.

O republicano também pediu que seu vice-presidente, Mike Pence, bloqueasse a certificação da vitória de Joe Biden pelo Congresso naquele dia fatídico.

"O que o ex-presidente estava disposto a sacrificar - potencialmente o vice-presidente - para permanecer no poder é bastante chocante", disse Pete Aguilar, membro do painel democrata, em uma das audiências.

Passividade

Trump convocou seus apoiadores a irem a Washington em 6 de janeiro, pedindo-lhes que "lutassem como loucos".

Entre a multidão reunida perto da Casa Branca, Trump sabia que alguns dos manifestantes estavam armados e eram potencialmente perigosos, segundo a ex-assessora da Casa Branca Cassidy Hutchinson, durante uma audiência em junho.

Ainda assim, Trump tentou se juntar à multidão a caminho do Congresso, tomando o volante do veículo presidencial das mãos de um agente do Serviço Secreto, de acordo com o testemunho explosivo de Hutchinson.

Assim, o ex-presidente passou três horas assistindo pela televisão às imagens da violência deflagrada no Capitólio sem intervir.

Os membros da comissão parlamentar consideraram que, no mínimo, ele havia "negligenciado totalmente seu dever" como comandante-em-chefe.

Recomendação de acusações

O comitê realiza hoje sua audiência pública final, onde recomendará acusações pela insurreição e emitirá seu relatório final na quarta-feira.

Especialistas em direito dizem que Trump pode ser processado criminalmente por "obstruir um processo oficial do governo", ou por uma acusação mais ampla de "conspirar para fraudar" o governo, perturbando o funcionamento de suas instituições.

A decisão de apresentar acusações caberá ao procurador-geral Merrick Garland, que nomeou, em novembro, um procurador especial para investigar Trump de forma independente.

A comissão também pode fazer recomendações legislativas para proteger o processo de certificação dos resultados eleitorais para que os eventos de 6 de janeiro de 2021 não se repitam.


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