Coreia do Norte afirma que nova relatora da ONU é "marionete dos EUA"

Coreia do Norte afirma que nova relatora da ONU é "marionete dos EUA"

Crítica coincide com visita de Elizabeth Salmon à Coreia do Sul

AFP

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A Coreia do Norte acusou nesta sexta-feira a nova relatora de direitos humanos da ONU de ser uma "marionete dos Estados Unidos" e de ter feito "comentários imprudentes e imperdoáveis" contra o governo.

A crítica coincide com a visita a Seul da nova relatora, Elizabeth Salmon, em sua primeira viagem desde que assumiu o cargo no mês passado. Desde sua chegada no início desta semana, Salmon, professora peruana de direito internacional, manteve reuniões com autoridades sul-coreanas e membros de grupos civis para discutir a situação na Coreia do Norte.

"Já deixamos clara nossa posição de princípio de não reconhecer ou lidar com qualquer 'relator especial' que nada mais é do que uma marionete dos Estados Unidos", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte em comunicado em inglês à agência oficial KCNA.

O porta-voz não identificado garantiu que as atividades da relatora eram um disfarce para a campanha de difamação dos EUA e acusou Salmon de ter feito "comentários imprudentes e imperdoáveis que invadem" seu sistema e seus direitos soberanos. "A ONU não deve mais permitir que seu nome e missão sejam usados indevidamente para a política hostil dos Estados Unidos em relação à RPDC", disse o porta-voz na sigla oficial do país.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, Salmon disse estar "plenamente ciente de que o governo da RPDC se opõe aos mandatos específicos de direitos humanos de cada país, incluindo o meu". "No entanto, isso não significa que não devemos tentar", acrescentou, esperando que Pyongyang reconsiderasse sua posição.

"Não devemos desistir do compromisso com a RPDC porque o que está em jogo são as vidas do povo norte-coreano e seus direitos humanos", acrescentou. As Nações Unidas estabeleceram a figura de um relator especial de direitos humanos para a Coreia do Norte em 2004, em face da crescente preocupação internacional sobre alegações de violações de direitos no regime. Desde então, nenhum dos relatores teve acesso ao país.


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