Coreia do Norte informa que lançou com sucesso satélite de vigilância

Coreia do Norte informa que lançou com sucesso satélite de vigilância

Regime coreano informou que vai colocar mais sondas em órbita para monitoramentos de defesa

AFP

Lançamento foi acompanhado por Kim Jong-Un

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A Coreia do Norte informou, nesta terça-feira, que conseguiu colocar em órbita um satélite militar de vigilância, um desafio às resoluções da ONU que proíbem o país de usar tecnologias de mísseis balísticos, duramente condenado por Estados Unidos e Japão. O foguete, lançado na noite de terça-feira, seguiu a trajetória prevista e "conseguiu colocar em órbita o satélite Malligyong-1", reportou a agência oficial norte-coreana KCNA.

Antes, o Exército sul-coreano anunciou ter "detectado, às 13h43min (horário local) um suposto satélite de vigilância militar". A KCNA indicou após a missão que a Coreia do Norte planeja lançar outros satélites "no curto prazo" para reforçar suas capacidades de vigilância sobre a Coreia do Sul.

"O lançamento de um satélite de reconhecimento é um direito legítimo da RPDC [República Popular Democrática da Coreia] para fortalecer suas capacidades de autodefesa", ressaltou.

A Coreia do Sul reagiu ao lançamento declarando que vai retomar as operações de vigilância ao longo da fronteira com a Coreia do Norte, suspensas em 2018 no âmbito de um acordo para reduzir as tensões militares, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap. O Estado-Maior do Exército sul-coreano disse que não pode confirmar no momento se o satélite foi colocado em órbita.

Este lançamento "constitui uma provocação que viola as resoluções do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou em nota. Tanto o Japão quanto os Estados Unidos condenaram o lançamento. "Mesmo que chamem isto de um satélite, o lançamento de um objeto que usa a tecnologia dos mísseis balísticos é claramente uma violação das resoluções das Nações Unidas", reforçou o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida.

O lançamento "eleva as tensões e corre o risco de desestabilizar a situação de segurança na região e fora dela", afirmou, por meio de nota, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, Adrienne Watson.

A Coreia do Norte informou o Japão anteriormente de sua intenção de lançar um satélite a partir da quarta-feira, segundo Tóquio, em uma terceira tentativa após dois fracassos em maio e agosto. Em agosto, Pyongyang designou três áreas marítimas suscetíveis de serem afetadas pelo lançamento previsto na ocasião: duas no Mar Amarelo, a oeste da península coreana, e uma terceira em águas situadas a leste das Filipinas.

"As zonas de perigo mencionadas pela Coreia do Norte desta vez correspondem às anunciadas durante o seu projeto de lançamento de satélite em agosto", comentou um dirigente sul-coreano citado pela Yonhap. Há semanas, Seul adverte que Pyongyang estava nas "últimas etapas" dos preparativos para um novo lançamento de um satélite espião.

A aproximação recente entre a Coreia do Norte e a Rússia preocupa os Estados Unidos e seus aliados sul-coreano e japonês. Segundo Seul, Pyongyang fornece armas à Rússia em troca de tecnologias espaciais russas. No começo de novembro, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, denunciou os vínculos militares "crescentes e perigosos" entre Coreia do Norte e Rússia.

A Coreia do Norte realizou este ano um número recorde de testes com mísseis, apesar das sanções internacionais e das advertências de Estados Unidos, Coreia do Sul e seus aliados. O país qualificou, ainda, como "irreversível" seu status de potência nuclear.


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