Coreia do Norte testa torpedo subaquático capaz de causar 'tsunâmi radioativo'

Coreia do Norte testa torpedo subaquático capaz de causar 'tsunâmi radioativo'

O país comunista também realizou vários testes de armas esta semana, em resposta aos recentes exercícios militares entre Coreia do Sul e dos Estados Unidos

AFP

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A Coreia do Norte disse nesta sexta-feira (24) que testou um novo drone submarino de ataque nuclear capaz de desencadear "um tsunami radioativo". O País culpou os recentes exercícios militares entre Seul e Washington pelo gravamento da segurança na região.  O país comunista também realizou vários testes de armas esta semana em resposta a essas manobras em larga escala da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, informou a agência oficial de notícias norte-coreana KCNA. 

Dentro destes testes, o Exército norte-coreano implantou e testou este novo sistema de armas, que tem a capacidade de provocar uma onda destrutiva "em grande escala", segundo a agência de notícias estatal.  "Este drone de ataque submarino nuclear pode ser implantado em qualquer costa e porto ou ser rebocado por um navio de superfície para operação", disse a mesma fonte. 

A missão desta arma é "infiltrar-se secretamente nas águas operacionais e provocar um tsunami radioativo de grande escala (...), destruir frotas ofensivas e portos operacionais importantes do inimigo", acrescentou. O líder norte-coreano Kim Jong Un supervisionou pessoalmente os testes, disse a KCNA. Imagens do jornal Rodong Sinmun mostram o líder sorridente e o que parece ser uma explosão subaquática. A agência KCNA também observou que os militares dispararam na quarta-feira mísseis de cruzeiro estratégicos "equipados com uma ogiva de teste que simulava uma ogiva nuclear".

Ceticismo

Analistas externos contestam as alegações da mídia estatal.  A ideia de Pyongyang ter "um drone submarino com capacidade nuclear deve ser recebida com ceticismo", disse Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha de Seul.  "As reivindicações de Pyongyang por novos sistemas de armas nem sempre equivalem a uma demonstração confiável de sua capacidade", acrescentou. 

Em mensagem no Twitter, o analista Ankit Panda não descartou que o anúncio seja "uma tentativa de engano ou uma operação psicológica".  Ainda assim, a afirmação é "chocante", disse à AFP Cheong Seong-chang, do Instituto Sejong de Seul. Se for verdade, é difícil ver como Seul "poderia responder a uma nova arma norte-coreana tão formidável que pode destruir completamente os principais portos operacionais do Sul". 

A informação da KCNA afirma que "Pyongyang está mais do que disposta a usar suas armas nucleares táticas a qualquer momento", disse An Chan-il, um desertor norte-coreano que se tornou pesquisador.

Alertar o inimigo

A Coreia do Norte realizou um número recorde de testes militares no ano passado. Paralelamente, os Estados Unidos e a Coreia do Sul aumentaram sua cooperação de defesa na região e na quinta-feira completaram seus maiores exercícios militares em cinco anos. Para o país comunista, essas manobras são uma ameaça e um teste para uma eventual invasão. Pyongyang alertou repetidamente que responderia aos exercícios de maneira "massiva". 

Na sexta-feira, a KCNA descreveu esses últimos movimentos, apelidados de Escudo da Liberdade, como treinamento para "ocupar" a Coreia do Norte.  A implantação deste drone submarino serviu para "alertar o inimigo de uma verdadeira crise nuclear".

Além disso, Kim Jong Un afirmou que o exercício demonstrou que a capacidade de dissuasão nuclear ilimitada de Pyongyang está crescendo a um ritmo mais rápido. No ano passado, a Coreia do Norte declarou seu status de energia nuclear "irreversível" e seu líder pediu um aumento "exponencial" na produção de armas. 

Os Estados Unidos reiteraram seu compromisso de defender a Coreia do Sul com "toda a gama de suas capacidades militares, inclusive nuclear".  Os novos lançamentos acontecem cerca de uma semana depois que a Coreia do Norte confirmou ter lançado um míssil Hwasong-17 no mar do Japão. Foi o segundo teste de seu balístico intercontinental (ICBM) em 2023.


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