Coreia do Sul volta a chamar Norte de "inimigo" em documento de Defesa

Coreia do Sul volta a chamar Norte de "inimigo" em documento de Defesa

Países estão tecnicamente em guerra desde o fim do conflito de 1950-1953

AFP

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A Coreia do Sul chamou a Coreia do Norte de "inimiga" em um documento de Defesa divulgado nesta quinta-feira (16), um termo usado pela primeira vez em seis anos e que reflete um endurecimento de sua posição em relação a Pyongyang.

Os dois países estão tecnicamente em guerra desde o fim do conflito de 1950-1953, encerrado com um armistício, e não com um tratado de paz. Desde o processo diplomático de 2019, que terminou em fracasso, o diálogo bilateral está parado.

Em um novo livro branco de Defesa, divulgado oficialmente nesta quinta pelas autoridades sul-coreanas, afirma-se que a Coreia do Norte definiu o Sul "como um 'inimigo incontestável'" em dezembro de 2022.

"Portanto, o regime norte-coreano e o Exército norte-coreano [...] são nossos inimigos", declara o texto.

Um passo que ilustra o estado das relações entre o sul e o norte, "cheias de confrontos", disse à AFP Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos Norte-coreanos de Seul.

"Isso dá, inclusive, a impressão de uma volta à época da Guerra Fria", acrescentou.

A Coreia do Norte fez testes nucleares regulares, em especial, com disparos de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), apesar das sanções impostas por alguns países.

Em resposta, o novo (e conservador) governo sul-coreano intensificou os exercícios conjuntos com seu principal aliado em matéria de segurança, os Estados Unidos.

Divulgado a cada seis meses, o Livro Branco da Coreia do Sul sobre Defesa descreveu seu vizinho do Norte como um "inimigo", pela primeira vez, em 1994, depois que uma autoridade norte-coreana ameaçou provocar "um mar de fogo" sobre o sul.

Esse termo esteve em uso até, aproximadamente, o ano 2000. Caiu no ostracismo por alguns anos até reaparecer em 2010, depois que a Coreia do Norte foi acusada de afundar um navio de guerra sul-coreano. Neste episódio, morreram 46 marinheiros.

Depois, voltou a cair em desuso sob a presidência de Moon Jae-in. Desde a posse em maio de 2022, seu sucessor, Yoon Suk-yeol, prometeu, no entanto, mais firmeza com Pyongyang.

 


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